Polícia Federal deflagra operação contra fraudes de seguro DPVAT em MG

13/02/2025 às 17h38
Polícia Federal deflagra operação contra fraudes de seguro DPVAT em MG
Operação Sinistro Fantasma aconteceu nesta quinta-feira (13), em Jaíba e Janaúba. (Divulgação/PF)

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (13), a operação “Sinistro Fantasma”, que busca desarticular um esquema criminoso de fraudes no Seguro DPVAT nas cidades de Jaíba e Janaúba, na região Norte de Minas Gerais. A investigação apontou que o grupo usava documentos falsificados para solicitar indenizações indevidas, causando um prejuízo significativo ao sistema de seguro obrigatório.

A PF iniciou a apuração em 2021, após uma denúncia da Caixa Econômica Federal, que identificou padrões suspeitos em diversos pedidos de indenização. Durante as investigações, constatou-se que um único intermediário atuava como procurador em mais de 250 solicitações, sendo que 157 foram indeferidas por inconsistências documentais e 92 resultaram em pagamentos indevidos.

Conforme a corporação, o grupo de criminosos fabricava boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos para simular acidentes de trânsito que nunca aconteceram. Em muitos casos, as supostas vítimas não estavam envolvidas nos incidentes relatados e, em outros, as lesões descritas eram incompatíveis com os eventos narrados. O esquema fraudulento teria iniciado em 2017.

Na manhã de hoje, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, incluindo escritórios e residências. Os agentes da PF também apreenderam documentos, celulares e computadores.

Segundo a PF, as fraudes contavam com a participação de um profissional da área médica, que emitia pareceres periciais falsificados para facilitar a liberação dos pagamentos.

Casos inconsistentes

Entre os casos mais emblemáticos estava o de uma criança de seis anos que recebeu o seguro DPVAT, apesar do boletim de ocorrência registrar apenas ‘pequenas escoriações’ no acidente. Porém, no laudo médico fraudado, constava que o paciente estaria gestante, o que evidenciou a adulteração do documento.

Outro beneficiário também recebeu a indenização após um acidente de moto, ainda que, segundo o boletim de ocorrência, a vítima real fosse sua namorada. Além disso, havia outra contradição: o documento informava que perna fraturada era a esquerda, enquanto o laudo médico indicava a direita.

As investigações da PF também revelaram que uma mesma motocicleta foi registrada em 21 acidentes, com condutores distintos, no período de menos de um ano – sempre em circunstâncias semelhantes.

Os envolvidos podem responder pelo crime de estelionato qualificado, com pena de até seis anos de reclusão.

Ana Magalhães

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Estagiária do BHAZ desde agosto de 2024.

Ana Magalhães

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Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Estagiária do BHAZ desde agosto de 2024.

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