PM acredita que grupo morto em Varginha é o mesmo que atacou outros bancos no país

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Coletiva na tarde de hoje forneceu mais informações sobre o caso (Reprodução/Polícia Militar/Facebook)

A PM de Minas forneceu detalhes sobre a operação conjunta com a Polícia Militar Rodoviária que terminou com 26 pessoas mortas em Varginha, no Sul de Minas, neste domingo (31). Em coletiva de imprensa na tarde de hoje (31), os policiais disseram que acreditam que a quadrilha morta em Varginha é a mesma que atuou em Araçatuba (SP) no mês de agosto, em Criciúma (SC) em dezembro de 2020, e em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em 2017.

Segundo os policiais, o objetivo da quadrilha seria atacar instituições financeiras e transportadoras de valores. Há, inclusive, uma investigação em curso para saber se os criminosos visavam atacar a transportadora de valores Prosegur, que atua na região. “Aqui é uma região rica. Eles viram na região e em Varginha a possibilidade de arrecadar muito dinheiro”, disse o inspetor Aristides Junior, chefe da Comunicação Social PRF em Minas, na coletiva.

O tenente-coronel Rodolfo Fernandes, comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PM, informou, durante a coletiva, que a equipe antibombas da PM identificou uma espécie de “assinatura” nos materiais utilizados nos explosivos e na forma de produção deles. “A forma de se planejar para ação e o material utilizado, inclusive armamentos e explosivos, tudo leva a crer que seja a mesma quadrilha de Criciúma e Araçatuba e também possivelmente em Uberaba em 2017”, disse.

“Essas quadrilhas são muito organizadas a nível nacional e a maioria das ações geralmente contam com pelo menos uma pessoa da cidade que fornece a informação e algum tipo de estrutura mínima”, acrescentou o comandante.

Parte dos integrantes eram de Uberaba

APolícia Civil de Minas informou que, pelo nível de organização, a quadrilha está ligada a uma facção criminosa. A polícia não forneceu, no entanto, o nome desta facção.

Pelo menos cinco dos 25 mortos durante a operação policial são de Uberaba, no Triângulo mineiro, de acordo com o tenente-coronel Marcos Serpa, que comanda o 24º Batalhão da PMMG em Varginha. Os outros ainda estão em processo de investigação e de identificação. Segundo a Polícia Civil, os corpos foram removidos para o Instituto Médico Legal André Roquette (IMLAR), em Belo Horizonte, onde serão submetidos a exames de necropsia e identificação.

A delegada da Polícia Civil, Renata Gonçalves de Rezende, disse que as investigações ainda estão na fase inicial, mas já foi possível concluir que a quadrilha contava com integrantes de outros estados do país, sendo uma pessoa já identificada de Brasília (DF).

Como os policiais descobriram a ação?

Os policias informaram que a operação contou com denúncias da população. “Entra o papel da inteligência e com ajuda da comunidade. Denúncias chegam. Movimento em zona rural, movimento de pessoas estranhas, carros andando em comboios, passando em determinadas estradas de terra, então chega bastante informações até mesmo pelo 190”, disse o tenente-coronel Rodolfo Fernandes e comandante do Bope.

A PRF também identificou movimentação atípica em direção a Varginha. Com a constatação de que uma quadrilha estaria se preparando para realizar uma ação na cidade, o Bope deslocou 22 militares para a cidade na madrugada deste domingo.

“Definida as táticas de abordagem pelo Bope e o Grupo de Resposta Rápida [da PRF], fomos recebidos a tiros e os militares precisaram revidar a injusta agressão para proteger sua vida”, afirmou o tenente-coronel. Segundo ele, o objetivo inicial era prender os integrantes da quadrilha.

Quadrilha poderia ter causado muitos danos em Varginha

O comandante do Bope explicou que as ações do “novo cangaço” normalmente são realizadas de domingo para segunda-feira ou de segunda para terça-feira. No primeiro sítio identificado, 18 integrantes foram mortos. Em um segundo sítio, outros sete morreram.

Os dois locais ficavam em extremos opostos da cidade, possivelmente, para oferecer duas rotas de fuga diferentes após a ação. “Com certeza teríamos muitos danos colaterais, tanto patrimoniais, quanto de vidas perdidas”, afirmou o comandante, caso as forças de segurança não tivessem frustrado a ação da quadrilha.

Veja a coletiva na íntegra aqui.

Edição: Roberth Costa

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