Polícia indicia motorista de ônibus com time de futebol que caiu de ponte em Minas

Time de futebol
Treinador, de 18 anos, tirou selfie com time antes do acidente (Reprodução/Redes sociais)

O motorista do ônibus que caiu de uma ponte em Além Paraíba em janeiro deste ano, matando quatro jogadores de futebol e o treinador do time, foi indiciado por homicídio culposo. A Polícia Civil concluiu, nessa quinta-feira (27), o inquérito policial que apurou as causas do acidente.

Na ocasião, quatro adolescentes do time fluminense de futebol juvenil Vila Maria Helena morreram, além do treinador de 18 anos. Outros 28 passageiros ficaram feridos. Além do homicídio culposo, o relatório policial entregue ao Ministério Público também indiciou o motorista por lesão corporal.

As investigações foram conduzidas na Delegacia de Polícia Civil de Além Paraíba, unidade que integra a 3ª Delegacia Regional em Leopoldina, pertencente ao 4 ª Departamento em Juiz de Fora.

Sono

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marcos Vignolo, as investigações e os laudos periciais demonstraram que as condições climáticas, a pista e o veículo se encontravam em boas condições.

“O que nos leva a acreditar que, pelo avançar do horário, o motorista perdeu o controle do veículo por alguma alteração no estado de consciência, possivelmente provocada pelo sono”, explica.

Os investigadores ouviram 29 pessoas, entre passageiros, seus responsáveis legais, o motorista e representantes da empresa de ônibus. A Polícia Civil também produziu 73 laudos, que permitiram concluir as causas do acidente.

As apurações constataram que o tacógrafo, equipamento que permite verificar a velocidade do veículo, não estava danificado. No entanto, o sistema de armazenamento das imagens estava inoperante desde o dia 5 de janeiro.

Ainda segundo Vignolo, esta informação será oficiada à Polícia Rodoviária Federal para medidas administrativas cabíveis.

“O funcionamento do equipamento não gerou prejuízo para a apuração do acidente, pois não constatamos, diante dos laudos, que a velocidade tenha sido fator decisivo para o acidente”, explica o delegado.

Relembre

O ônibus que transportava os jovens e mais de 30 outras pessoas caiu de uma ponte na BR-116, próximo a Além Paraíba, na Zona da Mata mineira, na madrugada do dia 30 de janeiro.

Os passageiros eram adolescentes do time juvenil do Esporte Clube Vila Maria Helena, da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Eles voltavam para a cidade após disputarem e vencerem as partidas pela Copa Nacional de Ubaporanga, em Minas Gerais, onde foram campeões na categoria sub-18 e vice-campeões na sub-16.

Na altura do km 792, o coletivo bateu na mureta de proteção da ponte e caiu à margem de um riacho. O ônibus parou com as rodas para cima, e um guindaste foi usado para levantar o veículo, a fim de auxiliar no socorro às vítimas, levadas para hospitais de Além Paraíba e Leopoldina.

Kailon da Silva Paixão, de 13 anos; Andrei Viana da Costa Silva, de 15 anos; Diogo Coutinho Chao Villar, de 18 anos; e Thyago Ramos de Oliveira Dias, de 15 anos, morreram no local. Outro adolescente, de 16, não resistiu aos ferimentos e morreu em um hospital em Duque de Caxias, dez dias depois do acidente.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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