Homem é preso por estuprar sobrinhas de 8, 12 e 15 anos e ‘anunciar’ abusos

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Qualquer prática de ato libidinoso ou sexo com menores de 14 anos de idade se configura como estupro de vulnerável (FOTO ILUSTRATIVA: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Um homem de 34 anos foi preso, nessa quinta-feira (8), por suspeita de abuso sexual contra três sobrinhas, de 8, 12 e 15 anos. A equipe da Polícia Civil em Minas Novas cumpriu o mandado de prisão em Chapada do Norte, ambas cidades da região do Jequitinhonha. O investigado anunciava os crimes a outras pessoas.

As investigações apontaram que o suspeito teria cometido uma série de estupros contra a vítima de 12 anos, além de outros estupros e importunações sexuais contra a criança de 8 anos, à época. A terceira sobrinha, de 15, também teria sofrido importunações sexuais. Segundo a polícia, o homem ameaçava os familiares das vítimas, de forma a coagi-los a não levar os fatos ao conhecimento das autoridades.

Ainda de acordo com as investigações, o tio anunciava os crimes a outras pessoas, dizendo que ele deveria ser o primeiro homem a ter relações sexuais com as sobrinhas. Ao final das investigações, a PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais) representou pela prisão preventiva do suspeito, que está à disposição do Poder Judiciário no sistema prisional.

Estupro de vulnerável

O crime de estupro de vulnerável está previsto no art. 217A do Código Penal e se trata do estupro praticado contra pessoas que não têm discernimento ou não conseguem oferecer resistência – como em casos de embriaguez, enfermidade ou ainda se a vítima estiver dormindo (leia mais aqui).

Além disso, qualquer prática de ato libidinoso ou sexo com menores de 14 anos de idade também se configura como estupro de vulnerável – ainda que dentro de um relacionamento ou que a vítima diga que houve consentimento. Segundo a legislação, essa caracterização ocorre por se considerar que, até os 14 anos, um indivíduo ainda não desenvolveu maturidade suficientemente adequada para consentir.

A legislação brasileira prevê ainda que, caso um estupro acarrete em uma gravidez, o aborto é permitido – assim como em casos de risco à vida da gestante e anencefalia do feto, únicas três situações em que a interrupção da gravidez não é considerada um crime. Denúncias podem ser feitas pelo número 181, que garante o anonimato.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no art. 213, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, e é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência. O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticá-lo poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia em Belo Horizonte:

Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190

Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221

Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171

Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380

Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência: avenida dos Andradas, 3.100, no Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Giovanna Fávero

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