Mesmo com redução de frota, postos de Minas Gerais não ficarão sem combustível, garante sindicato

frentista posto gasolina
Motoristas não precisarão formar filas nos postos de combustíveis (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Motoristas e usuários do transporte público de Minas Gerais não serão afetados pela redução da frota do transporte de combustíveis, conforme garante comunicado do Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais). De acordo com a entidade, a redução que foi anunciada hoje (9) pelos tanqueiros não trará “impacto nos abastecimentos dos postos mineiros”.

Por nota, o Minaspetro alertou a população para que não haja desespero na busca por combustível, a fim de que se evite filas quilométricas em direção aos postos de gasolina. Os postos de combustível estão operando com 50% da capacidade operacional desde a manhã desta quinta. A diminuição deve durar até a próxima terça-feira (14), quando o Governo de Minas deverá se reunir com os tanqueiros do estado.

‘Corrida desnecessária’

“O Minaspetro reitera a importância da população se informar por meio de órgãos oficiais e veículos de imprensa reconhecidos, além de evitar uma corrida desnecessária aos postos revendedores, pois é exatamente esta abrupta e inesperada alta na demanda que pode causar uma baixa momentânea no estoque”, diz trecho da nota.

Segundo o sindicato, mesmo com a garantia de combustível, houve registro de “situações pontuais” em que foram identificado filas de carros a ponto de prejudicar o trânsito nas regiões de Lavras, Poços de Caldas e Uberlândia, locais em que o acesso estava comprometido devido às paralisações nas rodovias. Contudo, o trânsito já foi reestabelecido.

Reivindicações

Os tanqueiros de Minas fazem reivindicações pela redução do valor do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço) sobre o diesel e já haviam sinalizado a possibilidade de uma paralisação no final de agosto. Em nota enviada hoje ao BHAZ, o Governo de Minas confirmou a reunião com os tanqueiros na próxima semana, mas reforçou que as alíquotas do ICMS dos combustíveis no estado não passaram por alterações recentemente.

Em fevereiro de 2021, uma paralisação dos tanqueiros foi suspensa diante da promessa das reivindicações serem atendidas. “O Governo de Minas não acenou com nenhum benefício, nenhuma melhoria para a categoria. O compromisso de retornar a alíquota do ICMS do diesel para 12%, ficou só na promessa”, protesta Irani Gomes.

À época, o governador Romeu Zema (Novo) prometeu dialogar e criar um grupo para solucionar o impasse. O recuo do mandatário veio após um dia de paralisação que lotou as filas dos postos de combustível do estado. Mas, segundo o presidente do Sindtanque-MG, nenhuma mudança foi concretizada desde então.

Histórico do ICMS dos combustíveis em Minas

  • Gasolina (passou de 29% para 31% em janeiro de 2018)
  • Etanol (de 14% para 16% em janeiro de 2018)
  • Diesel (de 12% para 15% em janeiro de 2012)

Trégua dos caminhoneiros grevistas

Além da alteração na distribuição do combustível em Minas, a paralisação dos caminhoneiros também gerou comoção em todo o país nesta quinta-feira. No fim da tarde, eles encerraram bloqueios em rodovias, mas 13 estados seguem com pontos de concentração, segundo o Ministério da Infraestrutura. Pela manhã, eram ao menos 15 estados com bloqueios.

A região Sul é a que concentra mais da metade das ocorrências registradas no início da tarde, segundo a Polícia Rodoviária Federal. As aglomerações, sem interdição da pista, também seguem na Bahia, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Maranhã, Rio de Janeiro e Tocantins.

Em Minas Gerais, a principal paralisação ocorreu na BR-381, no trecho que liga Belo Horizonte a São Paulo, no município de Igarapé. As pistas foram completamente fechadas pelos caminhoneiros às 8h20, conforme comunicado da PRF.

Às 11h, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que o trânsito no local começava a ser liberado. A concessionária da rodovia informou que a fila de veículos no sentido Belo Horizonte/São Paulo chegou a 5 quilômetros. No trajeto contrário, houve engarrafamento de 7 quilômetros.

As principais reinvindicações dos caminhoneiros atualmente são a redução preço do combustível e a fixação de um piso mínimo para o valor do frete. No entanto, a organização dos protesto, na avaliação do governo, é aleatória e não conta com lideranças ou agenda definidas.

Bolsonaro pede liberação das vias

Em áudio destinado a aliados, o presidente Bolsonaro chegou a pedir que os caminhoneiros apoiadores do governo liberem as rodovias bloqueadas pelo Brasil, após as manifestações do Dia da Independência. Na gravação de 40 segundos, Bolsonaro afirma que os atos “atrapalham a economia”.

“Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, disse Bolsonaro.

Nota do Minaspetro na íntegra

O Sindtanque-MG anunciou que irá trabalhar com 50% da capacidade operacional, aguardando uma reunião com representantes do governo de Minas Gerais, marcada para terça-feira, dia 14, para debater soluções para a redução do preço dos combustíveis no estado.
Diante da situação, o Minaspetro avalia que não haverá impacto nos abastecimentos dos postos mineiros. O Sindicato recebeu relatos de dificuldade em abastecimento em algumas regiões por causa dos bloqueios das rodovias, no entanto, vale ressaltar que até o momento, não houve impactos significativos nos estoques das Revendas na maioria absoluta dos postos.
O Sindicato teve informações de situações pontuais, especialmente nas regiões de Lavras, Poços de Caldas e Uberlândia, locais em que o acesso estava comprometido devido às paralisações nas vias. O trânsito, contudo, já foi reestabelecido.
O Minaspetro reitera a importância da população se informar por meio de órgãos oficiais e veículos de imprensa reconhecidos, além de evitar uma corrida desnecessária aos postos revendedores, pois é exatamente esta abrupta e inesperada alta na demanda que pode causar uma baixa momentânea no estoque.

Com Folhapress

Edição: Giovanna Fávero
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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