Uma pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro, em parceria com o aplicativo comOferta.com, mostrou variações significativas no preço das carnes na região metropolitana de Belo Horizonte. O levantamento consultou 39 estabelecimentos entre os dias 16 e 18 de março deste ano e revelou que os cortes apresentam variações de preço que beiram os 300% de um local para outro.
Nos cortes bovinos, houve variações de 138% no quilo do filé mignon, que pode custar de R$49,90 até R$119,00. O quilo da maminha, por sua vez, pode custar de R$37,99 até R$89,95 – o que equivale a uma diferença de 136%. Um dos resultados mais surpreendentes foi o da picanha, que custa de R$49,99 até R$189,00 na Grande BH, apresentando variação de 278%.
Demais carnes
As carnes suínas não ficaram de fora. Enquanto o quilo da costelinha foi encontrado por R$14,99 até R$34,95 – uma diferença de 133% -, o do filé de lombinho variou entre R$12,99 e R$29,99, somando 130%. Já o pernil resfriado sem osso custa de R$ 12,99 a R$24,98, uma diferença de 92%. Assim, os números apontam que a variação no preço dos cortes de porco atingiu 274%.
Em relação ao frango que chega à mesa do belo-horizontino e morador da região metropolitana, as mudanças foram levemente inferiores. O quilo do pé de frango foi encontrado custando de R$4,55 até R$10,99, uma variação de 141%.
Já o peito resfriado variou 119%: de R$9,99 até R$21,90. O quilo da asa resfriada variou o equivalente a 92% – custando de R$12,99 até R$24,95. Enquanto isso, o quilo do frango resfriado variou 72%, de R$8,99 até R$15,50.
Preço do frango disparou
O levantamento também considerou aumentos no preço das carnes de boi e de porco dentro do período de um mês nas regiões analisadas. Um exemplo é a maminha, que subiu de R$45,19 para R$45,66, o equivalente a 1%. Já no grupo das carnes suínas, o aumento no valor da copa-lombo foi de 1,84%, de R$16,59 para R$16,89.
Em contrapartida, o preço do frango disparou e o quilo do filé passou de R$18,27 para R$21,26, o que representa um aumento de 16,37%. O quilo do peito resfriado passou de R$12,90 para R$14,51, aumentando 12,48%, enquanto os valores do pé de frango subiram de R$6,42 para R$7,02 – um aumento de 9,37%.
Ao BHAZ, o presidente do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, diz que o consumidor precisa reforçar os cuidados neste momento. De acordo com ele, as variações são desproporcionais, atuando como reflexo da instabilidade política que o brasileiro está acompanhando em âmbito internacional.
“O aumento no frango, que é a carne mais barata, gera também um aumento no boi e no porco, o que é preocupante”, aponta.
‘Pressão de todos os lados’
Ainda de acordo com o empresário, o consumidor precisa ter noção de preços, “agora mais do que nunca”. “É importante saber a média do preço na sua cidade e no seu bairro, para consumir dentro do preço de mercado. A pressão está vindo de todos os lados”, acrescenta.
“Se compararamos com o início da Covid-19 ou da guerra [entre Rússia e Ucrânia], o preço já era caro, mas era bem mais viável. Então, é comprar somente o necessário e não fazer estoque em hipótese nenhuma”, explicou, dizendo que os estabelecimentos também notam o aumento dos preços e “correm atrás” para reverter a queda nas vendas.
Abreu pontua que os aumentos são um reflexo do aumento no preço da soja, commodity que é a base da ração do porco e do frango. “O brasileiro, cada vez mais, tem menos opções de consumo. Com a guerra, os preços dispararam e existe também o aumento das exportações. Nós, que não temos uma moeda valorizada, encontramos dificuldades por conta disso”.
