Profissionais da educação avaliam entrar em greve sanitária em Minas; entenda

Escola Sala de Aula
O Comitê Extraordinário Covid-19 é responsável pela autorização da volta às aulas (Amanda Dias/BHAZ)

Os profissionais da educação da rede pública estadual podem entrar em greve sanitária nos próximos dias. A medida vai ser discutida em reunião remota, nesta quarta-feira (7), conforme anúncio do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). A decisão foi tomada após a Secretaria de Estado de Educação autorizar a retomada das aulas presenciais mesmo nas cidades que estão na onda vermelha do plano Minas Consciente.

Anteriormente, estavam liberadas apenas as escolas localizadas nas ondas amarela e verde. Com a mudança, mais 543 escolas de 132 cidades retomam as atividades presenciais a partir de hoje. Primeiramente, acontece o acolhimento dos professor, enquanto o recebimento dos estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental tem início a partir da próxima segunda-feira (12). Já está prevista, porém, uma paralisação nesta quarta, para que os profissionais possam participar da reunião, marcada para começar às 9h.

“Nós estamos convocando para a próxima quarta-feira uma paralisação total das atividades, onde será colocado em debate no nosso conselho geral uma proposta de greve sanitária. Importante destacar que a greve sanitária tem relação direta com o risco que o ambiente traz à vida do trabalhador e da trabalhadora, então a greve sanitária tem como conceito quando o ambiente traz risco biológico, de contaminação, para o trabalhador em educação”, explica Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE/MG.

Caso aprovada, a greve não prevê a suspensão de todas as atividades escolares, e sim das aulas presenciais. “A nossa proposta é de greve sanitária que não desassistiria a população em relação a educação não presencial, formulada pelo estado de Minas já, acontecendo há mais de um ano. Nosso proposta é greve sanitária que significa não ir presencialmente na escola. A nossa categoria, pelo compromisso que tem com a comunidade de escolar, pelos alunos e com o ano letivo em andamento, manterá, se a decisão pela greve for aprovada, a pretensão do serviço de força remota”, reforça Denise.

Razão da greve sanitária

A coordenadora-geral do sindicado explica que não são todos os profissionais da educação que receberam a primeira dose da vacina no estado. “Trabalhadores na educação da rede estadual de Minas Gerais ainda não foram vacinados em sua totalidade com a primeira dose e nem tampouco o processo de segunda dose já teve início no estado devido aos prazos, às diferenças de datas de primeira para primeira dose dependendo do tipo de vacina que foi administrada”.

Denise afirma que já existem casos de morte pelo vírus entre os trabalhadores da categoria. “Nós sabemos que existem já, desde que os profissionais foram convocados, casos de contaminação e obtidos na nossa categoria, que estão trabalhando já presencialmente”. Ainda segundo a coordenadora-geral, o governo estadual foi procurado para fornecer os dados, mas não revelou os números de casos e mortes pelo novo coronavírus entre os profissionais da educação.

A professora ainda criticou a retomada das aulas em uma das ondas mais graves do plano estadual contra a doença. “No caso dos professores, o retorno presencial trará junto com os alunos, então a escola, muitos municípios continua com colapso, aí é muito interessante o Governo de Minas transformar a onda vermelha em uma autorização para reabertura de escolas, é muito grave isso, porque onda vermelha significa que o município tem situações críticas em relação ao atendimento nos hospitais das macrorregiões, dos atendimentos de saúde para vítimas de Covid e para casos não Covid”, pontua.

O que diz o Governo de Minas?

Em nota enviada ao BHAZ, a SEE/MG (Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais) diz ter sido notificada pelo sindicato que representa a categoria, mas reitera que “o processo de retomada das atividades presenciais segue planejado com todo cuidado e segurança, com ações de acolhimento dos profissionais nas unidades escolares nesta semana e preparação para o retorno dos estudantes no próximo dia 12”.

Para garantir a segurança da classe, a Secretaria garante que a retomada das atividades presenciais está acontecendo “de maneira híbrida, gradual e facultativa”. A respeito da vacinação dos professores mineiros, a SEE/MG informa que, até o momento, já foram aplicadas 380.476 doses em profissionais da educação, sendo 378.660 primeiras doses, 1.718 segundas doses e 98 doses únicas.

Leia a nota na íntegra:

“A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) reforça que a retomada das atividades presenciais nas escolas da rede estadual está acontecendo de maneira segura, híbrida, gradual e facultativa, seguindo rigorosamente todos os protocolos sanitários da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Todas as escolas realizaram um checklist criterioso para aplicação das adequações necessárias no ambiente, com regras de distanciamento e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza. 

As regras de retorno também incluem um monitoramento de casos suspeitos da doença, com afastamento progressivo de alunos, turmas e até o fechamento de escolas, em caso de necessidade. Destacamos que o acompanhamento fino das duas primeiras semanas de retomada confirmou que as escolas estão seguindo bons procedimentos de segurança sanitária, não tendo sido registrado nenhum caso de Covid-19 nas escolas desde o início das atividades com os alunos.

Sobre a possibilidade de greve sanitária, a SEE/MG informa que foi notificada pelo sindicato que representa a categoria, mas reitera que o processo de retomada das atividades presenciais segue planejado com todo cuidado e segurança, com ações de acolhimento dos profissionais nas unidades escolares nesta semana e preparação para o retorno dos estudantes no próximo dia 12.

Sobre a vacinação dos profissionais da educação, até o momento, de acordo com os dados do Painel Vacinômetro, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram aplicadas 380.476 doses em profissionais da educação, sendo 378.660 primeiras doses, 1.718 segundas doses e 98 doses únicas. Os dados sobre vacinação estão disponíveis neste link.

Edição: Roberth Costa

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