O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirma que o pico de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado já passou. De acordo com ele, a alta de atendimentos médicos se deve à sazonalidade das doenças e deve apresentar queda nas próximas semanas.
Em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (24), Baccheretti disse que já é possível observar uma queda no número de atendimentos e internações nos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
“Quando a gente olha o número de casos de síndrome respiratória aguda grave de todas as doenças, incluindo Covid, em 2019 e hoje, não vemos uma diferença clara entre casos e internações. Não é diferente em atendimentos pediátricos ou nas UPAs e hospitais. Estamos em queda de atendimentos nos hospitais e nas internações. Porém, mesmo com essa queda, ainda temos alguns casos mais graves em crianças, vinculados a outras doenças”, alertou.
Menos atendimentos pediátricos
Ainda segundo o secretário, houve uma redução este ano no número de atendimentos de crianças por SRAG registrados no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, em comparação com os anos anteriores à pandemia.
“Antes da Covid, em 2018 e 2019, a gente teve mais de 5 mil atendimentos [no mês de março] no hospital. Neste ano foram 3,3 mil atendimentos registrados. Então, por mais que pareça que tivemos um ano com muitos atendimentos, foram menos que antes da pandemia, o que demonstra que a Covid é só um fator a mais”, explicou.
Baccheretti acrescentou que, nesta época do ano, outros vírus estão circulando e causando doenças em crianças, adultos e idosos. Segundo ele, em março, houve uma proporção maior no número de internações infantis, quadro que já apresenta sinais de normalização.
O secretário ainda reforça a importância da vacinação infantil: “já passamos pelo pior das doenças sazonais na infância. Ainda estamos no inverno, que é uma época complexa para as crianças e, por este motivo, é importante a vacinação desse público contra a gripe e Covid. Se todas as crianças estivessem vacinadas, a gente praticamente não teria internações de Covid e nem óbitos”.
Campanhas de vacinação
Com o fim das campanhas nacionais de vacinação contra a gripe e o sarampo nesta sexta, o secretário informou que alguns municípios já estão disponibilizando os imunizantes para a população em geral. É o caso de BH, que vai liberar a vacina contra a gripe para toda a população a partir de segunda-feira (27).
“Entre os idosos conseguimos alcançar 70% de cobertura vacinal contra a gripe e estamos crescendo o número de vacinados, também, contra o sarampo. Ainda temos boa parte da população que não se vacinou. O sarampo é ainda mais contagioso que a Covid”, alertou.
De acordo com o Governo de Minas, a cobertura vacinal contra o sarampo e contra a influenza das campanhas ficou abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde. A cobertura geral da vacinação contra a influenza teve 64,6% de adesão e a meta é de 90%. Já a vacinação contra o sarampo ficou abaixo dos 60% e o objetivo é atingir 95%