Perícia da Polícia Civil conclui que segurança agredido em Divinópolis teve morte súbita

edson carlos
Edson morreu logo após ser agredido por um convidado de uma festa em que trabalhava (Reprodução/Facebook)

Perícia feita pela Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que o segurança Edson Carlos Ribeiro, que morreu no último dia 25 durante um evento em Divinópolis, na região Centro-Oeste do estado, faleceu em decorrência de um problema cardíaco genético. Testemunha que estava no local disse que a vítima, de 42 anos, foi atingida por um golpe de soco-inglês após um desentendimento e o suspeito do crime chegou a dizer que agrediu Edson “porque quis”. O caso gerou revolta nas redes sociais (relembre aqui).

Após a conclusão do inquérito, nessa sexta-feira (8), o suspeito foi indiciado pelo crime de lesão corporal. O crime aconteceu no último dia 25 de setembro, durante uma festa no Parque de Exposições, localizado no bairro São José.

De acordo com o delegado Marcelo Nunes Júnior, responsável pelo inquérito policial, das 20 testemunhas ouvidas, apenas uma relatou o uso do soco-inglês pelo investigado. “A única testemunha que confirmou a existência da utilização de um soco-inglês, que estava na hora, era outro segurança. As outras todas, ninguém viu”, disse.

“Não conseguimos constatar a utilização do artefato nem pelo laudo pericial e muito menos pelas testemunhas”. Segundo ele, “houve um soco que pegou perto do supercílio”, motivo pelo qual o suspeito foi indiciado.

Familiares foram ouvidos

O delegado conta que a equipe também ouviu familiares da vítima para entender quais condições de saúde do segurança. “Pedimos históricos médicos de atendimento e indicavam que ele usava algum medicamento que poderia indicar um problema cardíaco, inclusive familiares diretos tiveram problemas desse tipo”, disse.

“Nosso trabalho foi feito com a maior imparcialidade possível e da forma mais correta. Uma triste fatalidade e me solidarizo com a família”, finaliza. A Polícia Civil também realizou exames necroscópicos e, de acordo com o médico Marcell de Barros Duarte Pereira, o estado do coração da vítima chamou a atenção dos legistas.

“O que encontramos foi um coração muito aumentado. Enviamos o órgão ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte. Lá foi feito exame minucioso e o diagnóstico foi de cardiomiopatia hipertrófica – causa de morte súbita cardíaca, comum em atletas. A nossa conclusão é que houve uma morte súbita cardíaca secundária à cardiomiopatia hipertrófica”, esclareceu.

Morte por agressão descartada

Acionado para comparecer ao local no dia do crime, o perito criminal Carlos Eduardo Leal conta que foi realizada uma análise superficial do corpo. “Naquele momento, não encontrei nenhuma lesão aparente sugestiva de uma possível agressão com soco-inglês”, observa.

“Fizemos alguns cálculos matemáticos e concluímos que, com a utilização do soco-inglês, a intensidade lesiva é 7,5 vezes maior que o soco comum e apresenta capacidade de produzir lesões do tipo contusa: nós vamos ter, sobre o plano ósseo, lesões abertas; e sobre superfícies que não tenham plano ósseo, lesões equimóticas. Realmente, naquele corpo, nas análises feitas, não havia lesão sugestiva de soco-inglês”, conclui o perito criminal.

O inquérito policial foi remetido à Justiça nessa sexta-feira (8) e o investigado está preso preventivamente desde o dia da autuação em flagrante.

Com Polícia Civil

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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