Supermercado mineiro deve indenizar motorista que fazia transporte de valores sem segurança

motorista indenizado
Testemunhas confirmaram que o homem transportava valores todos os dias até o banco e sem nenhuma instrução por parte da empresa (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Unsplash)

Um supermercado de Alfenas, no Sul de Minas, terá que pagar indenização por danos morais de R$ 5 mil ao motorista responsável por conduzir até o banco a tesoureira que realizava o transporte de valores. Segundo o autor da ação trabalhista, o serviço era feito diariamente no carro da empresa, mas sem a segurança necessária.

No processo, a empresa sustentou que o transporte de valores não era feito pelo motorista, “sendo raras as vezes em que o autor, utilizando o veículo da empresa, levava outro empregado até a instituição financeira”. Na maioria das vezes, de acordo com o supermercado, os carregamentos eram de boletos e cheques para consignação.

Testemunhas ouvidas no processo, no entanto, confirmaram a versão do trabalhador. Uma delas contou que “o motorista levava a moça da tesouraria ao banco todos os dias e que chegou a ir também levar malote ao banco, mesmo não recebendo curso para transporte de valores”.

‘Risco de morte’

Para o juiz Marcelo Moura Ferreira, que é relator no processo, “o trabalhador ficou exposto a risco considerável, inclusive de morte, diante do atual quadro de insegurança pública que vivenciamos”.

Segundo o magistrado, o transporte de valores deve seguir uma série de exigências previstas em lei. Caso contrário, se faz necessário o pagamento de indenização por dano moral, ainda que o funcionário responsável não tenha sido vítima de assalto. 

“A prática da empresa, cujo único objetivo é a redução de custos com serviço especializado de transporte de valores, expôs o trabalhador a risco. O reclamante, certamente, executou sua tarefa com medo, angústia e ansiedade”, ressaltou.

Com TRT-MG

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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