Um motivo para se comemorar em Minas Gerais. O trabalhador rural José Claret Soares Afonso, 59 anos, morador de São João da Vereda, distrito de Montes Claros, que sofria com câncer desde maio de 2019, foi o primeiro na região a receber um transplante de medula óssea pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O procedimento aconteceu este mês na Santa Casa de Montes Claros.
A Santa Casa é o único hospital do Norte de Minas integrante da Rede MG Transplantes, administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A cirurgia também contou com parceria estabelecida pelo hospital com a Fundação Hemominas, que administra o Hemocentro Regional de Montes Claros.
Em maio de 2019, José Claret foi diagnosticado com mieloma múltiplo, um tipo de câncer que ataca a medula óssea. Para recuperar a qualidade de vida, o trabalhador rural foi submetido ao transplante, realizado através do SUS.
“Antes era terrível pra mim porque a situação não era boa. Eu tinha medo quando anoitecia e amanhecia, pois a dor era demais. Tinha dia que falava com meus irmãos que eu não tinha mais vida”, revelou José Claret, relembrando que não conseguia mais trabalhar e só ficava deitado em virtude das dores que sentia.
Gianne Donato Costa Veloso, médica responsável pelo procedimento e coordenadora do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea da Santa Casa de Montes Claros, avalia que o passo dado pelo hospital na realização de transplante de medula óssea é de extrema importância para o Norte de Minas. “É um momento único, inédito”.
“É um marco para nossos pacientes portadores de doenças da medula óssea, pois, a partir de agora, eles vão poder fazer esse tratamento aqui, sem precisar se deslocar para a capital”, concluiu a médica.
Sistema estadual
A Santa Casa de Montes Claros já realizou mais de 1,3 mil transplantes, nos últimos 28 anos, por meio do SUS. No primeiro semestre de 2020, foi o segundo hospital no estado em número de realização de transplantes de rim e fígado.
Além do transplante inédito este mês de medula óssea, o hospital realiza transplantes de fígado, rins, córneas e tecido musculoesquelético. Também contribui com a captação de outros órgãos para a realização de transplantes de pâncreas e coração em várias localidades do estado e do país.
Já o MG Transplantes, criado em 1992, é reconhecido nacionalmente. É responsável, por meio do Serviço Nacional de Transplantes (SNT), a realizar funções como monitorar a lista única de transplantes de órgãos e tecidos e receber fichas de inscrição dos profissionais autorizados a transplantar.
Com Secretaria de Estado de Saúde