Trabalhador denuncia horários abusivos e ‘controle’ pelo Whatsapp e caso vai parar na Justiça

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Par a Justiça, já que ele devia prestar contas pelo WhatsApp, a mesma ferramenta deveria ser usada para comprovar que o funcionário trabalhava a mais (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Unsplash)

Uma empresa mineira de telecomunicações foi condenada pela Justiça a pagar horas extras a um ex-empregado que constantemente trabalhava a mais em jornadas externas. O trabalhador afirmou que era responsável por fazer visitações aos clientes e que era monitorado pela empresa por meio do WhatsApp.

Ele disse às autoridades que já chegou a cumprir uma jornada de 7h30 às 21h em dias úteis e que também passava do horário aos finais de semana. Em defesa, a empresa disse que como o autor exercia jornada externa, longe dos olhos da empregadora, o direito às horas extras deveria ser anulado.

Prestação de contas pelo WhatsApp

Testemunhas ouvidas no processo afirmaram que diariamente eram realizadas teleconferências para o acompanhamento de resultados. Além disso, segundo os relatos, os empregados possuíam telefone corporativo e era exigido que mantivessem contatos com a empresa via WhatsApp, inclusive com o envio de fotos das ações em cada local de visita.

Para o relator do caso, Milton Vasques Thibau de Almeida, as práticas adotadas pela empresa demonstram que era possível realizar o controle da jornada do trabalhador em serviço externo. Já que ele devia prestar contas pelo WhatsApp, a mesma ferramenta deveria ser usada para comprovar que o funcionário trabalhava a mais.

“O trabalho realizado externamente, por só si, não afasta o regime de horas extras. É necessário que fique demonstrada a impossibilidade de fiscalização, decorrente da forma de prestação dos serviços, o que não é o caso destes autos”destacou.

Com TRT-MG

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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