UFMG oferecerá 77 vagas de graduação para refugiados em vulnerabilidade

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Candidatos deverão usar a nota do Enem para ingressar (Amanda Dias/BHAZ)

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) vai oferecer, neste ano, 77 vagas dos cursos de graduação para estrangeiros e refugiados em situação vulnerável. A oportunidade também se estenderá para dependentes financeiramente do refugiado, com a condição de que estejam no Brasil. Para concorrer às vagas, os candidatos devem usar a nota do Enem dos últimos 5 anos. Inscrições serão feitas on-line, a partir do dia 8 de janeiro.

Tal iniciativa faz parte do projeto de acolhida humanitária da UFMG, que é pioneira na abertura de vagas para refugiados em cursos de graduação, desde 2004. A novidade deste ano é que a seleção será feita com base num edital, por conta de uma regulamentação do acolhimento de estrangeiros em situação vulnerável (acesse o edital completo aqui).

As vagas são para estrangeiros em situação de vulnerabilidade social e econômica, como refugiados, asilados políticos e apátridas. Portadores de visto temporário ou de autorização de residência para fins de acolhida humanitária e outros imigrantes beneficiários de políticas do governo brasileiro também podem aproveitar-se do benefício.

Os cônjuges, ascendentes e descendentes, e demais membros do grupo familiar que dependem economicamente do refugiado também enquadram-se no aproveitamento das vagas. Entretanto, esses candidatos devem estar no Brasil.

Candidato deve usar nota do Enem

De acordo com o edital do processo seletivo, a classificação do candidato será feita com base nas notas obtidas no Enem. Poderão ser aproveitados os resultados das provas dos últimos cinco anos, sendo de 2016 a 2020. Ademais, deve-se comprovar grau de escolaridade do Ensino Médio. A Pró-reitoria de Graduação poderá exigir a realização de um curso de idioma para ingressar ou permanecer na UFMG.

Aos interessados, a inscrição será somente pela internet, podendo escolher apenas um curso da graduação. A página de inscrição, que vai do dia 8 de janeiro ao dia 25 de fevereiro, é a da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve). Os candidatos precisam somente informar o número de CPF. Após o processo de seleção e aprovação, o refugiado terá os mesmos direitos, inclusive a assistência estudantil, que os alunos da UFMG.

UFMG na inclusão dos refugiados

Segundo a reitora da universidade Sandra Regina Goulart Almeida, as ações destinadas aos refugiados sempre foram uma preocupação da UFMG. “Com a implementação da Cátedra e essa nova resolução, que amplia e normatiza a inclusão não apenas de refugiados, mas também de todos aqueles que necessitam de acolhida humanitária, a UFMG amplia suas ações no campo dos direitos humanos e consolida sua política de inclusão”.

Para o diretor de Relações Internacionais Aziz Tuffi Saliba, a regulamentação do processo de acolhimento de estrangeiros foi essencial. “A reformulação da nossa política contribuiu para que a Universidade atualizasse e ampliasse sua atuação e ações em relação a outros migrantes forçados, além de sistematizá-las e institucionalizá-las”. Conforme dito pelo diretor, a adesão à Cátedra dá visibilidade a essas ações na comunidade acadêmica e na sociedade.

A Cátedra Sérgio Vieira de Mello é uma organização que promove ações que garantem e ampliam o acesso de refugiados a serviços no país. A Universidade Federal de Minas Gerais faz parte das 30 instituições brasileiras que aderiram à Cátedra. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) criou essa rede em 2003.

Conforme dito pela professora Carolina Moulin Aguiar, coordenadora da Cátedra na UFMG, a parceria entre a instituição e a Cátedra mostra-se como um importante suporte. “A adesão à rede posiciona a Universidade como ponto de apoio para essa comunidade específica e de confluência das ações no Estado”.

Edição: Roberth Costa
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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