Mulher é picada por agulha durante bloco de Carnaval em BH; infectologista esclarece sobre riscos

17/03/2025 às 17h48 - Atualizado em 17/03/2025 às 19h14
Mulher é picada por agulha durante bloco de Carnaval em BH
Vítima foi acolhida em uma unidade de sáude provisória, no Centro de Referências das Juventudes (CRJ).

Uma mulher, de 39 anos, foi exposta a material biológico, como fluidos ou sangue, após ser perfurada por uma agulha durante um bloco de rua em Belo Horizonte. O caso ocorreu no sábado de Carnaval, 1º de março, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH).

Em nota, o órgão informou que a mulher foi acolhida em uma unidade de saúde provisória, instalada no Centro de Referência das Juventudes (CRJ), de 28 de fevereiro e 5 de março, e recebeu a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PrEP).

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que não houve registro de Boletim de Ocorrência e não foi notificada sobre o caso. O orgão orientou que a vítima, de posse dos documentos e laudos, procure uma unidade policial mais próxima de casa e registre o ocorrido para que os fatos sejam devidamente apurados.

Prevenção

Segundo a médica e pós-graduada em infectologia, Adriana Cunha, a picada de uma agulha pode transmitir não apenas o HIV, mas também a hepatite. Ela explica, no entanto, que o fator mais importante é a carga viral, ou seja, a quantidade de vírus presente na corrente sanguínea. No caso do HIV, esse número pode diminuir significativamente com o uso de medicação antirretroviral.

“Se a pessoa estiver em tratamento com medicação antirretroviral, a chance de transmissão é extremamente baixa. Além disso, é importante avaliar se a agulha estava contaminada com sangue, se o sangue era visível, ou se a seringa continha apenas resíduos ou uma quantidade significativa de sangue”, contou ao BHAZ.

Ainda segundo Adriana, nesses casos, a melhor é fazer exatamente o que foi feito, ir até um serviço de saúde, em até 72 horas, e receber a PrEP. O mesmo deve ocorrer em casos de relação sexual suspeita ou arriscada. “Toda vez que acontece isso, usamos o antirretroviral e, depois de um tempo, repetimos o exame de sangue e, aí, sim, descobrimos se pegou a doença. Então, se quem fez aplicou a agulha é alguém que tem HIV, mas que está tomando a medicação, a chance de transmissão é muito menor do que alguém que tem um HIV e que não faz uso da medicação corretamente”, disse.

“A pós-graduanda em infectologia ressaltou que outro fator relevante é o tamanho da agulha. ‘Se a picada for com uma agulha de insulina, que é bem pequena e fina, usada até para aplicação subcutânea, a chance de transmissão é infinitamente menor em comparação com uma agulha de injeção comum ou daquelas usadas para coleta de sangue em laboratório, que são maiores. Quanto maior a agulha, maior a quantidade de sangue e, consequentemente, maior a chance de transmissão”, finaliza.

Ana Magalhães

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

Ana Magalhães

Email: [email protected]

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Repórter do BHAZ desde agosto de 2024.

Mais lidas do dia

Leia mais

Acompanhe com o BHAZ