Pesquisar
Close this search box.

Pedra São Thomé é reconhecida com nova Indicação Geográfica mineira; conheça outras

Por

Atribuição reconhece valor cultural e mercadológico do mineral (Divulgação/Pedra São Tomé)

A lista de Indicações Geográficas (IG) brasileiras, título conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, acaba de crescer. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu, nessa terça-feira (9), a pedra São Thomé como a mais nova IG nacional. A qualificação pode favorecer, entre outros pontos, a geração de renda local, a expansão de mercado dos produtos e a preservação de tradições.

Originário de Minas Gerais, o mineral dá nome à cidade de São Thomé das Letras, onde é encontrado, e tornou-se um dos itens mais valorizados por arquitetos e construtores. Reconhecida por sua beleza, resistência e versatilidade, a pedra São Thomé é muito utilizada na decoração de ambientes internos e externos. Quartzito de alta durabilidade, ela apresenta resistência ao atrito, baixa absorção de calor e característica antiderrapante.

Analista de inovação do Sebrae, Hulda Giesbrecht celebra o registro, que encaminha o Brasil à marca de 115 IGs. “Minas Gerais é mundialmente conhecida pela sua riqueza mineral, fator que deu origem à sua denominação. Esse reconhecimento do INPI vai valorizar ainda mais essa pedra, que tem qualidades únicas, e contribuir com a sua promoção no mercado brasileiro e internacional”, diz.

Conheça outras IGs mineiras

A partir da intitulação, a pedra de São Thomé passa a figurar ao lado de outras 10 IGs de Minas Gerais. A lista contempla itens de artesanato e gastronômicos. Conheça-os abaixo:

Queijo do Cerrado Mineiro

Um tesouro, uma iguaria, uma manifestação cultural. Classifique como quiser, só não pode errar o nome: Queijo do Cerrado Mineiro. Para produzi-lo, produtores de uma associação local seguem a receita que aprenderam com os pais, tios e avós, passada de geração a geração, há mais de 300 anos.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Artesanato de São João Del Rei

O estanho já era produzido em São João Del Rei e Tiradentes desde o século XVIII. O uso de estanho na confecção de utensílios domésticos e litúrgicos foi muito difundido nessa região no período colonial. Porém, com o advento dos utensílios de alumínio e outros materiais, o estanho foi substituído, sendo o seu uso mais restrito à liga do bronze.

Somente a partir da década de 1960, com a insistência de um antiquário inglês, John Leonel Walter Somers, que a fabricação de peças de estanho se consolidou. Ele aprendeu a fabricar as peças e ensinou o ofício a outras pessoas. Logo, fábricas de produtos de estanho proliferaram pela cidade mineira.

As produções, no entanto, remontam às mesmas características coloniais do século XVIII, mantendo uma continuidade com o passado. As peças artesanais fabricadas em estanho na cidade de São João Del Rei representam a tradição local, e a identidade histórico-cultural da região.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Biscoitos de São Tiago

Desde o século XIX, há o reconhecimento do valor cultural do biscoito em São Tiago. Fazer biscoitos em São Tiago é recordar gerações, é fazer o que sempre se fez, é voltar ao passado. Da simples atividade de se fazer o biscoito, se estabeleceu uma tradição local. A confecção do biscoito artesanal deu continuidade a essa herança deixada à cidade.

(Divulgação/Seabre Minas)

Queijos do Serro

A região do Serro teve a tradição da produção do queijo introduzida pelos colonizadores portugueses, oriundos da região da Serra da Estrela, há mais de dois séculos, quando se formaram as primeiras fazendas de gado na região para dar suporte à promissora exploração do ouro e diamante.

Com a decadência do ciclo do ouro, o município do Serro intensificou sua atividade agropecuária e no momento de expansão o queijo foi o produto que garantiu divisas para a região, por sua qualidade e volume de vendas. A partir de então, o queijo do Serro consagrou-se como símbolo de representação de identidade cultural pelo peculiar sabor e modo de produção.

(Ana Branco/Divulgação)

Região da Própolis Verde

As características topográficas do estado de Minas Gerais conferem à região altitudes elevadas, oscilando de 900 a 1500 metros. O clima predominante no estado é o tropical de altitude, com estações bem definidas, sendo o inverno seco e o verão chuvoso.

As regiões que apresentam produção de própolis verde apresentam solo ácido, com ph variando de 4 a 5,8 e altos teores de ferro, estando presentes em regiões com exploração de minério de ferro. Essa produção é mais presente nas áreas Sul, Centro Oeste e Leste do estado, distribuída em 102 municípios mineiros.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Queijo Canastra

O início da colonização da Serra da Canastra se deu no século XIX, por famílias vindas de São João Del Rei, Barbacena e do Sul de Minas, à procura de diamantes e outras pedras preciosas. Os povoados foram surgindo em torno das capelas, sendo este fato bem caracterizado na formação das cidades de São Roque e Bambuí.

A agricultura era de subsistência, aproveitando as terras férteis situadas na cabeceira do Rio São Francisco. Essas famílias trouxeram o conhecimento da produção do queijo artesanal feito de leite cru, encontrando as condições propícias para a perpetuação desta arte.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Café do Cerrado

A Região do Cerrado Mineiro é pioneira nas Indicações Geográficas brasileiras. Foi a primeira região cafeeira reconhecida como Indicação de Procedência, no ano de 2005; e como Denominação de Origem, no ano de 2013.

A procura pelo reconhecimento de um “Café de Atitude” segue tendências mundiais. O mercado em crescimento e em transformação é influenciado diretamente por novos consumidores mais exigentes e conscientes.

A Região do Cerrado Mineiro, por meio de novas maneiras de agir, produzir e fazer negócios, responde a essa demanda com o seu café diferenciado, com qualidade e rastreabilidade.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Café da Serra da Mantiqueira

Como região de tradição secular, a cafeicultura da região da Serra da Mantiqueira encontra-se em sua quarta ou quinta geração, demostrando um movimento contínuo de sucessão familiar. A cultura é, ao mesmo tempo, tradicional e moderna.

Essa tradição traduz o respeito aos nossos antepassados, ao nosso território e a experiência adquirida pela produção secular de cafés na região. Enquanto isso, a modernidade remete ao movimento dinâmico, na busca pela evolução na produção de cafés de alta qualidade, valorizando um futuro sustentável para nossa região.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Aguardente de Salinas

A produção de cachaça artesanal iniciou-se no final do século XIX, seguindo os rastros da atividade pecuária, por ocasião do povoamento da região. Os escravos, que lidavam com o gado, tinham experiência em produzir a bebida.

Foi Balduíno Afonso dos Santos, que em 1876, fugindo da seca da Bahia, se instalou as margens do rio Serra Ginete, trazendo para a região as primeiras mudas de cana-de-açúcar caiana. No início do século XX, já havia alguma produção em escala comercial no município, visto a qualidade da cachaça produzida.

Na década de 1930, o fazendeiro João da Costa trouxe a variedade de cana Java. Esta se adaptou muito bem ao clima e solo locais, se espalhando rapidamente. As boas perspectivas para a fabricação tiveram início a partir da década de 1940, pelo fazendeiro Anísio Santiago, primeiro produtor a identificar e a legalizar a produção de cachaça artesanal.

A experiência positiva proporcionou o surgimento de novos produtores, iniciando uma atividade que mudou todo o panorama econômico da região: a produção da cachaça. A região de Salinas vem se consagrando como maior polo de produção da cachaça artesanal do Brasil.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Derivados da Jabuticaba de Sabará

O município de Sabará realiza o Festival de Jabuticaba de Sabará, evento que ocorre sempre em meados do mês de outubro a dezembro (dependendo da safra da fruta) há 27 anos consecutivos. No festival são comercializados a fruta in natura e os produtos derivados de jabuticaba.

A produção é feita artesanalmente, sendo utilizadas diversas receitas tradicionais, passadas de geração a geração. A produção dos derivados é um elemento da manifestação cultural capaz de intensificar o envolvimento da comunidade no conhecimento de sua própria tradição, da sabedoria popular e especialmente da gastronomia.

(Divulgação/Sebrae Minas)

Thiago Cândido

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. Colunista no programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Estagiário do BHAZ desde setembro de 2023.
[author_socials_links]

Mais lidas do dia

Leia mais

Acompanhe com o BHAZ