Aécio Neves confirma candidatura à Câmara; defesa pede arquivamento de inquérito

Aécio pode se transformar em réu caso os ministros aceitem a denúncia

Em carta divulgada nas redes sociais na tarde desta quinta-feira (2), o senador Aécio Neves (PSDB) confirmou que será candidato a deputado federal pela chapa do partido em Minas. O ex-governador mineiro afirmou, entre outros pontos, que não foi uma decisão fácil já que “todas as pesquisas realizadas” o colocavam entre os mais bem avaliados na disputa para o Senado.

“Mas tomo essa decisão com a responsabilidade daqueles que sempre colocaram os interesses de Minas acima de qualquer projeto pessoal. Os que me conhecem sabem que foi assim que sempre agi e assim continuarei agindo”, alegou, em trecho da carta. “A gravidade da situação do nosso Estado exigirá uma bancada forte e unida na defesa dos interesses de Minas no Congresso e junto ao Governo Federal. Estou certo de que poderei contribuir para isso”.

Aécio ainda era uma incógnita dentro do partido e, inclusive, chegou a ser evitado pela cúpula tucana. Durante o 35º Congresso Mineiro de Municípios, realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, tanto o senador e pré-candidato ao Governo de Minas, Antonio Anastasia, quanto o presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, deixaram a participação de Aécio nas eleições em aberto.

“Ele quem vai decidir o que fazer. Ainda não houve um julgamento, mas ele não tem protagonismo político e já deixou a presidência do partido”, disse Alckmin, atual candidato a presidência do partido, na época.

Inquérito arquivado

A decisão ocorre no mesmo dia em que a defesa do senador pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento de um inquérito aberto para investigar o parlamentar. Segundo a defesa, a Polícia Federal (PF) reconheceu que “nada além da palavra do delator” existe contra Aécio.

A investigação está baseada em um dos depoimentos de delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, cassado pelo Senado.

Segundo o ex-parlamentar, em 2005, durante os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) dos Correios, criada para investigar denúncias do mensalão, Aécio Neves, então governador de Minas Gerais, “enviou emissários” para barrar quebras de sigilo de pessoas e empresas investigadas, entre elas o Banco Rural.

Em nota à imprensa, o advogado Alberto Toron, representante do senador, afirmou que o delator mentiu inúmeras vezes, conforme reconheceu o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça. Dessa forma, segundo a defesa, não há motivos para o prosseguimento da investigação, que deveria ser arquivada.

“Está documentalmente provado que nunca existiu a alegada maquiagem nos dados bancários enviados à CPMI dos Correios e o suposto envolvimento do senador Aécio Neves nesse episódio. O próprio relatório policial reconhece que nada além da palavra do delator existe contra o senador Aécio. Assim, as conclusões ali contidas são completamente divorciadas das provas robustas dos autos”, sustenta a defesa.

O pedido de arquivamento será analisado pelo ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito.

Com Agência Brasil

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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