Após criticar Coronavac, Bolsonaro elogia parceria com a China: ‘Essencial para a gestão adequada da pandemia’

Bolsonaro na cúpula do Brics
Declaração foi feita na abertura da cúpula virtual do Brics (Marcos Corrêa/PR)

Depois de diversas críticas e contestações à eficácia da Coronavac, vacina chinesa contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu elogiar a parceria com a China para a distribuição de imunizantes no Brasil. A declaração foi feita na abertura da cúpula virtual do Brics, nesta quinta-feira (9).

O presidente da República não citou o nome da Coronavac, mas reforçou a importância dos insumos vindos do país para a distribuição de vacinas à população. O encontro entre os governantes do Brasil, da China, da Rússia, da Índia e da África do Sul foi feito de forma virtual, devido à pandemia.

“Essa parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é oferecida com insumos originários da China”, declarou Bolsonaro.

A China exporta para o país os insumos necessários tanto para a Coronavac, fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, quanto para a vacina Astrazeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Bolsonaro X Coronavac

Não foi só uma vez que Jair Bolsonaro ciriticou a Coronavac e questionou a eficácia do imunizante, desestimulando a população brasileira a tomar a vacina chinesa contra a Covid-19. No último sábado (4), em participação na Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora), o presidente debochou da comprovação científica da eficácia da vacina.

“Por que ficarmos apenas focados na vacina. E eu pergunto: fala-se em comprovação científica. A Coronavac tem comprovação científica?”, declarou Bolsonaro ao defender o tratamento precoce contra a Covid-19.

Em julho, o mandatário também contestou a confiabilidade do imunizante. “A Coronavac ainda é experimental e tem gente que quer tornar obrigatória… No que depender de mim a vacina é facultativa, me acusam de negacionista”, disse ele, em conversa com apoiadores que estavam no Palácio da Alvorada.

Em janeiro, poucos dias antes de a primeira pessoa ser vacina contra a Covid-19 no Brasil, Bolsonaro também ironizou a eficácia da Coronavac. “Essa de 50% é uma boa?”, indagou Bolsonaro a um apoiador que o abordou sobre a vacina no jardim do Palácio da Alvorada, rindo.

“O que eu apanhei por causa disso. Agora estão vendo a verdade. Estou há quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável. Não estou afim de agradar quem quer que seja”, completou o presidente.

Em outubro de 2020, Bolsonaro também havia dito que não compraria a Coronavac para distribuição no Brasil. Ao responder ao comentário de um internauta que pediu que a vacina não fosse comprada porque ele tem 17 anos e diz querer ter “um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa”, Bolsonaro negou a compra. “NÃO SERÁ COMPRADA”, escreveu o presidente em letras maiúsculas.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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