Após 37 exonerações no Inep, Bolsonaro diz que questões do Enem ‘começam a ter a cara do governo’

presidente Bolsonaro
Declaração foi dada em viagem oficial a Dubai (Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que as questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) “começam agora a ter a cara do governo”. A declaração foi dada à imprensa nessa segunda-feira (15) em viagem oficial a Dubai, nos Emirados Árabes. Nas últimas semanas, 37 servidores públicos pediram exoneração do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo exame.

“O que eu considero muito também: começam agora a ter a cara do governo as questões da prova do Enem”, afirmou Bolsonaro, na saída da Expo 2020. “Ninguém precisa ficar preocupado. Aquelas questões absurdas do passado, que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente, algo voltado para o aprendizado.”

A informação foi dada pelo presidente depois de uma conversa com o ministro da Educação. “Conversei muito rapidamente com o Milton [Ribeiro]. Seria bom vocês conversarem com eles, o que levou àquelas demissões. Não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo o que se gastava com poucas pessoas lá. Um absurdo, tá?”, disse Bolsonaro.

“Inadmissível o que acontecia. Então o Milton é uma pessoa séria, responsável, é do ramo, ele mandou mensagem para mim agora há pouco, diz que a prova do Enem vai correr na mais absoluta tranquilidade”, finalizou.

Interferência no conteúdo do Enem

O Enem está marcado para acontecer nos próximos dois domingos, 21 e 28 de novembro. Ao Fantástico, da TV Globo, servidores detalharam tentativas de interferência no conteúdo das provas e situações de intimidação. Alguns ainda falaram de “pressão insuportável” e “assédio moral”.

Os servidores também denunciaram censura nas questões do exame. “Esse dirigente designado pelo presidente do Inep, Danilo Dupas, foi até o ambiente seguro, fez a leitura das questões que essa equipe técnica havia montado, essa primeira prova do Enem, e solicitou a exclusão de mais de duas dezenas de questões dessa primeira versão da prova”, contou um servidor.

Segundo ele, as questões se tratavam principalmente dos últimos 50 anos de história do país. Os servidores também acusaram o presidente do órgão de despreparo. “Esse presidente que está agora é uma pessoa sem currículo, sem experiência. Está lá porque o ministro da Educação decidiu que seria a pessoa que estaria disposto a fazer o que eles queriam: entrar na prova e retirar aquilo que eles acham que o presidente não iria gostar”, disse um dos servidores, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.

Edição: Vitor Fernandes

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