Campanha pede o impeachment de Dilma Bolada

Indícios, baseados em trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal, de recebimento de R$ 1 milhão durante campanha política através do criminoso Caixa 2. Sustentado nesse argumento – e tantos outros apresentados em um site -, o publicitário e e especialista em marketing digital Pedro Guadalupe lança a campanha de impeachment do perfil Dilma Bolada, administrado pelo também publicitário Jeferson Monteiro.

O movimento será divulgado, de forma inédita, na palestra “A hora da internet: Como usar, abusar e inovar na rede”, apresentado por Guadalupe, na 33ª edição do Congresso Mineiro de Municípios, realizado no Expominas entre terça-feira (3) e quinta-feira (5), com o tema “As consequências da crise econômica na aplicação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e reflexos nas eleições de 2016”. Com mais de 25 milhões de visualizações nas redes sociais, o publicitário é uma das referências em desenvolvimento de estratégias para marketing político digital no Brasil.

E engana-se quem acredita que a campanha “Impeachment de Dilma Bolada” seja um movimento de direita. No site, é possível acompanhar argumentos baseados em raciocínios governistas e, portanto, de esquerda, quanto de oposição. Uma das justificativas para o impedimento do perfil para quem é apoiador da presidente Dilma é, por exemplo, a chantagem pública realizada por Monteiro para ganhar mais dinheiro por seu personagem.

Em 2014, o publicitário foi à mídia denunciar tentativa de contratação do perfil pelo PSDB, em 2014, dizendo que não estaria à venda. Depois disso, publicou comunicado afirmando que tiraria o perfil do ar. Segundo a revista Época, era uma pressão para ser formalmente contratado pela campanha de Dilma. Em outubro de 2014 o criador de Dilma Bolada reconheceu ter contrato com a agência Pepper, pelo qual receberia R$ 20 mil mensais.

Os argumentos também são sustentados em operações protagonizadas por autoridades. Em 2015, a Polícia Federal divulgou troca de mensagens entre Marcelo Odebrecht e Benedito Barbosa Júnior, então diretor-presidente da construtora, afirmando que Dilma Bolada recebeu R$ 1 milhão durante a campanha. Em 2016, a diretora da agência Peppers admitiu, em delação premiada, que recebeu dinheiro não declarado de empreiteiras para campanhas do PT. A ironia é que, em 2014, Monteiro fez um vídeo condenando o financiamento de campanhas por empresas por meio de Caixa 2.

As justificativas são apresentadas no site no mesmo modelo usado pelos deputados federais na hora de apresentar o voto para aceitar ou não o impeachment de Dilma Rousseff. Dentre os 20 argumentos apresentados na página, estão “Por detonar os financiamentos de campanha pela frente, mas receber grana da Odebrecht por trás, eu voto sim!” ou ainda “Por ficar desfilando como subcelebridade ao invés de ir para a rua defender o governo e o PT, eu voto sim!”.

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