A jornalista Daniela Lima, da CNN, interrompeu o deputado Ricardo Barros (PP), do Paraná, quando ele tentou legitimar os atos terroristas que ocorreram em Brasília na tarde desse domingo (8). Ex-líder de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, Barros chegou a questionar até a segurança das urnas eletrônicas.
“O ministro Alexandre de Moraes [STF] tentou impor a credibilidade da urna eletrônica. Ele fez uma resolução do TSE proibindo criticar a urna eletrônica. Ele calou parlamentares, calou vários jornalistas que queriam criticar. Ele não convenceu a sociedade de que a urna era confiável”, disparou, atribuindo os atos terroristas a uma resposta às decisões de Moraes.
Interrompendo a fala do deputado, Daniela Lima reforçou que a confiança nas urnas é imposta pelos fatos e não pelo ministro do STF. Ela considerou irresponsabilidade questioná-la.
“Jornalistas, deputado, perdão, somos eu, meus colegas que estão na rua. Muitos deles apanhando dos homens de bem, pessoas de família que o senhor veio defender”, disse ela.
“No dia de hoje, diante desse cenário de terra arrasada, do Supremo Tribunal Federal depredado, do Congresso Nacional depredado, do Palácio do Planalto depredado, de um governador que não conseguiu lidar, reverberar esse tipo de discurso, que levou essas pessoas à loucura, deputado, é questionável”, continuou a repórter.
Assista abaixo à fala de Daniela Lima:
Daniela Lima, da CNN, dá invertida em deputado que tentou justificar atos terroristas
— BHAZ (@portal_bhaz) January 9, 2023
🎥(Reprodução/CNN) pic.twitter.com/o9HdIthapm
Atos golpistas em Brasília
Bolsonaristas golpistas, que invadiram a Praça dos Três Poderes em Brasília, nesse domingo (8), lideram uma escalada de violência e destruição do patrimônio público no Congresso Nacional, Palácio do Planalto e no STF (Supremo Tribunal Federal).
Imagens, amplamente divulgadas, mostram janelas, móveis e paredes dos prédios sendo depredados pelos extremistas.
Diante do terrorismo que assolou a capital, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na Segurança do DF no final da tarde deste domingo. O decreto presidencial vale até, pelo menos, 31 de janeiro de 2023.
Moraes afasta governador do DF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afastou do cargo, por 90 dias, o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, após os ataques de bolsonaristas em Brasília. A vice Celina Leão (PP) assumirá o cargo durante esse período.
Em decisão publicada na madrugada desta segunda-feira (9), Moraes cita descaso e omissão por parte do governador e do então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, exonerado, na tarde de ontem, após a invasão golpista. Os dois também serão incluídos no inquérito que investiga atos antidemocráticos no Brasil.
