Números, dados, milhões, milhares, melhor ou pior da história… Disputa eleitoral é sempre a mesma história: candidatas e candidatos disparam um monte de informação na hora de tentar conquistar o voto e o eleitor fica até confuso. É tudo verdade? Exagerou um pouco – ou muito? Viajou na quantidade apresentada? Pois o BHAZ resolveu tirar isso a limpo!
O portal, o primeiro em Belo Horizonte a criar uma editoria para checagem de fatos – o Farsa ou Fato -, fez um pente-fino nas 15 entrevistas realizadas com todos os postulantes à PBH (Prefeitura de Belo Horizonte). Como as sabatinas duraram mais de 45 minutos e abordaram assuntos diversos, limitamos a conferência para cinco áreas: ECONOMIA, EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA e TRANSPORTE.
Todos os posicionamentos de órgãos oficiais procurados para realizar a checagem serão reproduzidos na íntegra ao fim deste texto.
Ah, e não conferimos a viabilidade das propostas apresentadas: apenas dados e informações objetivos já, digamos, consolidados. A ordem de publicação será a mesma das entrevistas, definida em sorteio:
- Alexandre Kalil (PSD)
- Wanderson Rocha (PSTU)
- Professor Wendel (Solidariedade)
- Wadson Ribeiro (PCdoB)
- Nilmário Miranda (PT)
- Marcelo Souza e Silva (Patriota)
- João Vítor Xavier (Cidadania)
- Cabo Xavier (PMB)
- Fabiano Cazeca (PROS)
- Luísa Barreto (PSDB)
- Bruno Engler (PRTB)
- Rodrigo Paiva (Novo)
- Marilia Domingues (PCO)
- Áurea Carolina (PSOL)
- Lafayette Andrada (Republicanos)
Na área da ECONOMIA, o presidente licenciado da CDL-BH (Câmara de Dirigente Lojistas) e candidato à PBH pelo Patriota, Marcelo de Souza e Silva, deu duas declarações passíveis de checagem.
PIB e empregos
“Em Belo Horizonte principalmente o setor de comércio e serviço que respondem por 72% do PIB e respondem por 85% dos empregos”.
Marcelo Souza e Silva, presidente licenciado da CDL-BH, quis mostrar a força e a importância do comércio para a capital mineira. O BHAZ procurou a administração municipal para confirmar as informações e, ao mesmo tempo em que a relevância do setor foi confirmada, faltou precisão para o candidato do Patriota.
Os dados fechados mais recentes são de 2019, embasados pelo IBGE e pela Fundação João Pinheiro, e registrados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do governo federal. Quanto ao PIB de Belo Horizonte, o setor de comércio e serviços responde por 61% do total. Quando considerada a administração pública, a fatia sobe para 74% – dois pontos percentuais a menos do que foi relatado por Marcelo Souza e Silva.
Já em relação aos empregos, o setor é responsável por 61% do total da capital mineira. Mais uma vez, quando incluída a administração pública, o número sobe – desta vez, para 84%, ou um ponto percentual acima do que informou o candidato do Patriota.
Tudo bem que espera-se precisão de um presidente licenciado da CDL-BH sobre dados do comércio e serviço. Mas um deslize por um e dois pontos percentuais ainda é um FATO.
Muito tempo fechado
“Alguns setores ficaram mais de 150 dias fechados e lá atrás, nos meses de maio e abril, falávamos que isso teria um impacto muito forte pois muitas destas empresas não voltariam funcionar e muitos empregos perdidos”
Marcelo Souza e Silva, um dos principais críticos da forma como a gestão de Kalil fechou o comércio, afirmou aqui que alguns setores do comércio ficaram cerca de cinco meses fechado. O primeiro decreto da PBH determinou o fechamento de todos os segmentos não considerados essenciais a partir do dia 20 de março.
Os tais 150 dias citados por Marcelo foram completados no fim de agosto. E, de fato, os bares e restaurantes, por exemplo, só tiveram permissão para reabrir no dia 24 de agosto.
Sobre a segunda parte da afirmação, de que “muitas das empresas não voltariam a funcionar e muitos empregos perdidos”… Quanto ao primeiro tópico, o Cadastro de Contribuintes de Tributos Mobiliários do Município (CMC) registrou a baixa de 12.574 inscrições municipais por “motivo de extinção da respectiva pessoa jurídica”. Isso entre março e outubro deste ano.
Importante lembrar, apenas, que é impossível afirmar que todas essas baixas foram causadas pela pandemia de Covid-19, mas é razoável deduzir que o novo coronavírus teve uma parcela relevante.
Por fim, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) registrou um saldo negativo de 30.940 empregos durante o período da pandemia, entre março e setembro: 172.898 admissões e 203.838 demissões.
Marcelo Souza e Silva é preciso ao falar do tempo fechado e, como não precisou o número de empresas fechadas e empregos perdidos, acerta também na segunda afirmação.
Na área da EDUCAÇÃO, o presidente licenciado da CDL-BH (Câmara de Dirigente Lojistas) e candidato à PBH pelo Patriota, Marcelo de Souza e Silva, não deu qualquer declaração passível de checagem.
Na área da SAÚDE, o presidente licenciado da CDL-BH (Câmara de Dirigente Lojistas) e candidato à PBH pelo Patriota, Marcelo de Souza e Silva, não deu qualquer declaração passível de checagem.
Na área da SEGURANÇA, o presidente licenciado da CDL-BH (Câmara de Dirigente Lojistas) e candidato à PBH pelo Patriota, Marcelo de Souza e Silva, não deu qualquer declaração passível de checagem.
Na área do TRANSPORTE, o presidente licenciado da CDL-BH (Câmara de Dirigente Lojistas) e candidato à PBH pelo Patriota, Marcelo de Souza e Silva, não deu qualquer declaração passível de checagem.
Notas na íntegra
Confira as respostas dos órgãos oficiais na íntegra:
Respostas da PBH
PIB
“O setor de comércio e serviços (excluindo administração pública) corresponde a 61% do PIB de Belo Horizonte. Se incluirmos a administração pública, a porcentagem é de 74%. Fonte: IBGE / FJP (2017)“
Empregos
“O setor de comércio e serviços (excluindo administração pública) também corresponde a 61% dos empregos em Belo Horizonte. Se incluirmos a administração pública, a porcentagem é de 84%. Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (2019)“