O vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, afirmou que o governo federal ajudará Minas Gerais a sair da crise financeira, mas destacou: “Minas vai ter que se ajudar”. Mourão está em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (5), onde participa de um debate com empresários na região Centro-Sul de BH.
Na visão do vice de Bolsonaro, o governador eleito em Minas, Romeu Zema (Novo), precisará fazer corte de gastos. “Da nossa parte haverá boa vontade, mas as medidas precisam ser tomadas. Tem que cortar gastos, pois se gasta mais do que ganha”, diz.
A situação do Estado mineiro é comparada por Mourão à da União: “O governo eleito vai herdar erros cometidos no passado igual nós no governo federal”. O futuro vice-presidente afirmou que acordos para renegociar a dívida de Minas serão feitos, dede que o “dever de casa” seja cumprido pela equipe de Zema.
Sobre a composição dos ministérios, Mourão deu a entender que não haverá mais representantes de Minas. Dessa forma, o Estado será representado apenas pelo deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL), que assumirá o Turismo. “A questão dos nomes não passa por mim, mas não tenho visto nome específico de Minas Gerais. Pela representatividade do Estado deveria ter mais, mas as escolhas são do presidente”, apontou.
Apesar da ausência de mais mineiros no alto escalão, Mourão acredita que o relacionamento entre estado e União será “ótima”. “Será uma relação muito boa, ótima. Os princípios liberais do partido Novo se identificam com o do presidente Bolsonaro”.
Vice de Zema concorda com general
Quem também participou do encontro desta manhã foi o vice-governador eleito de Minas, Paulo Brant. Ele concordou com as falas de Mourão, relativas ao que precisa ser feito no Estado, e ponderou: “Nossa situação é muito grave, precisamos profundamente do governo federal”.
Entre as medidas que serão tomadas, Brant destacou a redução das secretarias pela metade e a diminuição do número de cargos. “Elas [secretarias] serão reaglutinadas, passando de 21 para 11 ou 10. Faremos tudo que pudermos para reduzir os custos sem prejudicar o funcionamento da máquina”, sugeriu.
Com relação ao pagamento dos servidores, o vice-governador eleito disse que a prioridade é colocar as contas em dia. “Não podemos dizer quando terminará os parcelamento [de salários]. A partir de 1º de janeiro, não podemos jogar a culpa em ninguém”, afirmou apontando que o novo governo precisará arcar com o 13º do funcionalismo caso ele não seja quitado neste ano.
Para Brant, é preciso “melhorar drasticamente a gestão das estatais”. “Copasa e Cemig estão subvalorizadas. Vamos valorizar os potenciais que elas têm e futuramente privatizá-las”, sugeriu, sem apontar quando isso poderá acontecer.