PT aciona Bolsonaro no TSE por propaganda antecipada em motociata

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Ato aconteceu fora do período autorizado para campanha eleitoral (Reprodução/@MaxGuilhermeOfc/Twitter)

O PT (Partido dos Trabalhadores) acionou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mais uma vez contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), em razão de motociata realizada nessa sexta-feira (15). Para o PT, o ato “Acelera para Cristo” constituiu em comício e pedido de voto, fora do prazo em que é autorizada a campanha eleitoral. Na manifestação, Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores e criticou o PT e os ministros do TSE.

Segundo a legislação atual, atos de campanha só podem ser realizados a partir de 18 de agosto. Para os advogados Eugênio Aragão e Cristiano Zanin, responsáveis pela representação do PT, “o envolvimento de Jair Bolsonaro foi ativo e proativo, desde o início”. O partido defende que o presidente convocou publicamente o evento, incitou os apoiadores com gestos típicos de campanha e pediu votos, explicita e implicitamente.

Na representação, o PT também sustenta que “deve-se afastar, a partir dos fatos narrados, qualquer tentativa de caracterizar os eventos como decorrentes do exercício do cargo de Presidente da República, ou o de considerar o Representado mero beneficiário dos atos”.

O partido pede que o TSE reconheça a manifestação como campanha antecipada e determine a aplicação de multa para Bolsonaro e para os organizadores do evento.

A motociata

Jair Bolsonaro participou de uma motociata nesta sexta-feira (15) rumo ao interior do estado de São Paulo. O encontro de motociclistas saiu da capital do estado e foi até Americana, onde Bolsonaro fez um discurso. Batizada de “Acelera para Cristo”, a passeata foi organizada por grupos evangélicos. Cerca de 120 km da Rodovia dos Bandeirantes foram interditados, de são Paulo até Santa Bárbara d’Oeste.

Em seu pronunciamento, o presidente atacou o WhatsApp, os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o PT, maior partido adversário segundo as pesquisas eleitorais. Os ataques foram por causa da decisão da Corte Eleitoral de implementar no aplicativo de mensagens a opção de criação de comunidades apenas depois das eleições. Vídeos de suas falas estão circulando nas redes sociais.

“Adianto para vocês o que eu tomei conhecimento nessa manhã é simplesmente algo inaceitável, inadmissível e inconcebível. O WhatsApp passa ter uma nova política para o mundo, mas uma especial respectiva para o Brasil. Isso após um acordo com três ministros do Tribunal Superior Eleitoral”, disse Bolsonaro.

O presidente continuou discorrendo sobre seu descontentamento com a decisão da justiça. “(…) Isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo… sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade para o Brasil? Isso é inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido esse acordo que por ventura eles tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até o presente momento”.

Edição: Vitor Fernandes
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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