No início da década de 1960, João Gilberto, cantor e compositor baiano, dizia em uma de suas canções que “é preciso perdoar”. Foi também nesta levada que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decretou, nesta sexta-feira (30), o Dia Municipal do Perdão. A data, 30 de agosto, entra para o calendário dos dias comemorativos da capital mineira, sancionada pela Lei nº 11.397, e foi publicada hoje no Diário da União (DOM).
O objetivo, conforme a norma publicada pela PBH, é conscientizar as pessoas sobre a importância do ato de perdoar o próximo. O dia, por sua vez, faz parte do calendário nacional desde 2017, sancionado durante a gestão do ex-presidente Michel Temer.
O projeto de lei foi proposto pela então deputada Keiko Ota (PSB-SP), que perdoou os assassinos do filho dela, Ives Ota. O menino foi sequestrado e brutalmente assassinado aos oito anos de idade, no dia 30 de agosto de 1977.
Os criminosos foram condenados a 40 anos de prisão, sendo que um deles trabalhava como segurança da família Ota. Apesar do luto, em 2012, o pai do menino e ex-vereador de São Paulo, Masataka Ota, visitou um dos sequestradores na prisão e o perdoou.
Após a morte do filho, Masataka e Keiko fundaram o Instituto Ives Ota, uma ONG que faz trabalho comunitário na Zona Leste de São Paulo, onde vivia a família. O casal também fez campanhas para punições mais severas a crimes hediondos.
Ainda que a data seja comemorativa na capital mineira, o dia 30 de agosto não é ponto facultativo.