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Presidente da Coreia do Sul cancela lei marcial horas após decretar medida; entenda o que é

03/12/2024 às 16h40 - Atualizado em 03/12/2024 às 17h16
Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o que é
A decisão foi derrubada por parlamentares do estado horas após a declaração presidencial. (Alive/CNN/Reprodução)

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, decretou, nesta terça-feira (3) a lei marcial no país, gerando vários protestos da oposição e de algumas autoridade, que disseram ser contra a medida. A decisão foi revogada por parlamentares do estado horas após a declaração presidencial. Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o presidente recuou e cancelou a medida. O clima é de tensão no país asiático.

A lei, em linhas gerais, restringe o acesso dos direitos civis e substitui a legislação em vigor por militares. Conforme o chefe do estado, o decreto é uma forma de “limpar” do território espiões pró-Coreia do Norte e “elementos antiestado”. A medida foi anunciada em um pronunciamento não programado, surpreendendo os sul-coreanos.

Yoon alegou que não tinha outra solução que não fosse a lei marcial, mas não informou quais medidas serão tomadas a partir de agora.

Apesar do decreto ter sido derrubado por Pparlamentares sul-coreanos, militares, conforme a imprensa sul-coreana, afirmaram que vão manter a lei marcial até que haja a suspensão pelo presidente.

A decisão, criticada tanto por políticos da oposição quanto governistas, aconteceu em meio a um momento de perda de força política de Yoon, que não tem conseguido aprovar leis na Assembleia Nacional, o Parlamento da Coreia do Sul. Pelas normas sul-coreanas, o órgão tem poderes para suspender a implementação da lei marcial.

Manifestantes contrários à decisão estão se reunindo na área externa da Assembleia, em Seul, onde ocorre confrontos com a polícia.

Medidas que entram em vigor em função da lei marcial

A lei marcial é prevista no Artigo 77 da Constituição da Coreia do Sul e pode ser decretada pelo presidente em exercício “quando for necessário enfrentar uma exigência militar ou manter a segurança e a ordem pública pela mobilização das Forças Armadas em tempos de guerra, conflito armado ou emergência nacional semelhante”.

Segundo a agência estatal sul-coreana Yonhap, as seguintes medidas entram em vigor a partir da decretação da lei marcial:

  • Todas as atividades políticas, incluindo as da Assembleia Nacional, de conselhos locais, de partidos políticos, associações, manifestações e protestos, são proibidas;
  • Todos os atos que neguem ou tentem derrubar o sistema democrático liberal também são proibidos, assim como a propagação de notícias falsas e a manipulação da opinião pública;
  • Todos os meios de comunicação e publicações ficam sob controle do Comando da Lei Marcial;
  • Greves, paralisações e protestos que estimulem o caos social ficam proibidos;
  • Todos os médicos, incluindo aqueles em treinamento, que estiverem em greve devem retornar ao trabalho em um prazo máximo de 48 horas para exercer normalmente as suas funções.

Entenda o que é a lei marcial

A lei marcial é decretada em situações de emergência e oferece poderes às autoridades militares, quando a autoridade civil não consegue lidar com o conflito. Além disso, a medida é declarada temporariamente, apesar de poder ser estendida em alguns caso.

A Coreia do Sul declarou, pela última vez, a lei marcial em 1979, após o assassinato do ditador Park Chung Hee. Ainda conforme a Yonhap, aqueles que violarem a lei marcial pode, ser presos sem um mandato.

Essa matéria foi atualizada com novas informações

Ana Magalhães

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Estagiária do BHAZ desde agosto de 2024.
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Ana Magalhães

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Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi estagiária do Jornal Estado de Minas e do programa Agenda da Rede Minas de Televisão. Estagiária do BHAZ desde agosto de 2024.

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