Minas Gerais se aproxima de um momento histórico. No próximo mês, os modos de fazer o queijo Minas artesanal podem ser elevados a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A decisão será anunciada em reunião marcada para 4 de dezembro, às 16h30 (horário de Brasília), no Paraguai.
Na reta final da candidatura, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) de Minas Gerais intensifica as ações de promoção do reconhecimento e já se organiza para celebrar a conquista. “Estamos nos preparando para este momento histórico com grande entusiasmo e expectativa. Este título será uma conquista não só para Minas Gerais, mas também para o Brasil”, ressaltou o secretário Leônidas de Oliveira.
Caso reconhecida, a designação virá acompanhada de programação cultural realizada pela Secult, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Estão previstos shows de drone, performances artísticas de Marcus Viana e do Coro Sinfônico do Palácio das Artes e degustação de especiarias, entre outras atrações.
As ações terão início já no dia 4/12 e se estenderão até 15/12, com o intuito de valorizar não só o queijo como símbolo da mineiridade, mas a importância dos territórios produtores e suas tradições. Estão programadas, também, duas press trips que vão percorrer, em dezembro, as dez regiões produtoras do queijo Minas artesanal no estado. Os detalhes da programação e da excursão serão prestados em coletiva de imprensa marcada para o próximo dia 4, logo após o anúncio da Unesco.
Patrimônio da Humanidade
A candidatura dos modos de fazer o queijo Minas artesanal a Patrimônio Imaterial da Humanidade aconteceu em março de 2022. Desde então, um longo caminho vem sendo percorrido. Em conversa com o BHAZ no ano passado, a então secretária adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa, explicou a trajetória até a conquista.
“Essa candidatura é avaliada por um comitê da convenção do Patrimônio Imaterial, e a partir dessa avaliação, 24 embaixadores dos países que têm a cadeira do Patrimônio Imaterial votam para que ocorra essa consagração ou não”, explicou.
A expectativa para que Minas Gerais conquistasse o título já era grande na época, e cresceu ainda mais nos últimos meses. Os modos de fazer o queijo artesanal nas regiões do Serro, Serra da Canastra e do Salitre já é registrado pelo Iphan como Cultura e Tradição desses locais.
“O patrimônio é imaterial porque o que torna ele possível são as pessoas. A gente está com muita esperança e nosso queijo merece”, declarou Milena.
Os modos de fazer o queijo Minas artesanal têm raízes profundas na história brasileira. Desenvolvidas ao longo de três séculos por pequenos produtores rurais, essas técnicas foram reconhecidas em 2002 como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais e, em 2008, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Desde setembro de 2022, quando foi lançada a candidatura durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, o Governo de Minas, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério da Cultura (MinC), tem trabalhado ativamente para promover a importância desse reconhecimento.