Pesquisa revela que humanos têm picos de envelhecimento aos 44 e aos 60 anos.

19/08/2024 às 19h23
Estudo analisou moléculas de 108 pessoas entre 25 e 75 anos. (Reprodução/Pikrepo)

Uma pesquisa da revista Nature Aging descobriu que os seres humanos envelhecem, de forma drástica, em dois períodos da vida: aos 44 e aos 60 anos. O estudo sugere que o envelhecimento não é um processo lento e constante, e isso poderia explicar os picos de problemas de saúde em determinadas idades.

Segundo o jonal The Guardian, a pesquisa rastreou centenas de diferentes moléculoas, em pessoas de idades entre 25 e 75 anos, e detectou dois grandes picos de mudanças relacionadas à idade por volta dos 44, e novamente, aos 60. As descobertas podem explicar por que problemas muscoesqueléticos e doenças cardiovasculares ocorrem em determinados períodos.

“Nós não estamos apenas mudando gradativamente com o passar do tempo. Existem algumas mudanças realmente dramáticas”, disse o professor Michael Snyder, um geneticista e diretor do Centro de Genômica e Medicina Personalizada da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Moléculas sofrem maiores mudanças nos 40 e nos 60

O estudo acompanhou 108 voluntários, que enviaram amostras de sangue e fezes e swabs de pele, orais e nasais, a cada período de meses, durante quase sete anos. Os pesquisadores avaliaram 135 mil moléculas diferentes (RNA, proteínas e metabólitos) e micróbios (bactérias, vírus e fungos que vivem nos intestinos e na pele).

A pesquisa deu conta de que a abundância da maioria das moléculas e micróbios não mudou de forma gradual e cronológica. Quando os cientistas buscaram por aglomerados de moléculas que haviam sofrido maiores mudanças, eles descobriram que essas transformações tendiam a ocorrer quando as pessoas estavam na faixa dos 40 e 60 anos.

“Isso sugere que, embora a menopausa ou a perimenopausa possam contribuir para as mudanças observadas em mulheres na faixa dos 40 anos, provavelmente, há outros fatores mais significativos influenciando essas mudanças, tanto em homens quanto em mulheres”, declarou Dr. Xiaotao Shen, um dos autores da pesquisa.

Um outro ponto que o estudo descobriu é que a primeira onda de mudanças inclui moléculas ligadas a doenças cardiovasculares e à capacidade de metabolizar cafeína, álcool e lipídios. A segunda onda de mudanças incluiu moléculas envolvidas na regulação imunológica, metabolismo de carboidratos e função renal.

Moléculas ligadas ao envelhecimento da pele e dos músculos, por sua vez, mudaram tanto nos 40 quanto nos 60 anos. De acordo com o The Guardian, pesquisas anteriores sugeriram que um pico posterior de envelhecimento pode ocorrer por volta dos 78 anos, porém, o estudo recente não pôde confirmar a informação pois os participantes mais velhos tinham 75 anos.

Conforme os autores da pesquisa, as descobertas podem ajudar a direcionar intervenções, como aumentar exercícios em períodos de perda muscular mais rápida. “Acredito muito que devemos tentar ajustar nossos estilos de vida enquanto ainda estamos saudáveis”, afirmou Michael Snyder.

Andreza Miranda

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

Andreza Miranda

Email: [email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

Mais lidas do dia

Leia mais

Acompanhe com o BHAZ