Subiu para oito o número de vítimas que formalizaram registro de ocorrência contra um médico, de 46 anos, investigado pelos crimes de estupro e importunação sexual cometidos contra pacientes, inclusive oncológicas, e funcionárias de um hospital em Itabira, região Central do estado. A detenção do médico aconteceu nessa terça-feira (04), data em que é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer.
Inicialmente, segundo a Polícia Civil (PCMG), eram seis vítimas, com idades entre 35 e 52 anos. Dentre elas, está uma mulher de 52 anos, uma paciente que fazia tratamento contra o câncer. Com o início das investigações, novas vítimas têm relatado abusos sexuais semelhantes cometidos pelo suspeito.
De acordo com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), as apurações foram iniciadas após uma paciente denunciar o abuso ocorrido durante atendimento com o suspeito para o tratamento de um câncer. De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher contou à polícia que foi agarrada assim que entrou no consultório. Após cometer o estupro, o médico teria dado a ela uma receita e agendado uma nova consulta para 90 dias depois.
A paciente contou, ainda, que o especialista a orientou a sair pelo corredor lateral para não ser percebida. Segundo a PM, desnorteada após a violência sexual, ela seguiu as orientações. Ao chegar em casa, chorando, ela contou para o filho sobre o ocorrido e a família foi a um hospital da cidade vizinha, João Monlevade, e acionou a polícia.
Segundo o delegado responsável pelo caso, após o relato da paciente, outras mulheres também denunciaram o médico. A pedido da Polícia Civil, a Justiça autorizou a prisão, a suspensão do passaporte do suspeito e um mandado de busca e apreensão na casa dele. O suspeito foi levado para o sistema prisional e segue à disposição do Judiciário.
“A Polícia Civil incentiva a população a relatar qualquer situação de abuso, garantindo total confidencialidade”, declarou o delegado João Martins Teixeira.
Em nota, o Hospital Nossa Senhora das Dores informou que afastou o médico assim que soube da primeira denúncia, no último dia 25, e que está cooperando com as autoridades na investigação. O comunicado ainda destaca garantia de acompanhamento às pacientes um processo administrativo interno para apurar os atos. Um novo médico vai ser indicado para assumir os atendimentos.
“O HNSD reitera seu compromisso com a ética, o respeito e a segurança de suas pacientes. A instituição deixa claro desta forma que não tolera qualquer conduta inadequada dos seus profissionais e assegura que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para a completa elucidação do ocorrido. O hospital não compactua com atitudes de qualquer natureza que possam causar dano aos seus pacientes”, completa.
Prisão
A Polícia Civil representou pela suspensão do passaporte do suspeito e por mandado de busca e apreensão na casa dele. Já o Ministério Público requereu a prisão do investigado. A Justiça deferiu todos os pedidos, decretando a prisão preventiva do suspeito.
De acordo com o delegado João Martins Teixeira, as denúncias formalizadas pelas vítimas serão apuradas com o maior rigor. “A Polícia Civil incentiva a população a relatar qualquer situação de abuso, garantindo total confidencialidade”, reforçou o policial.