Depois do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Projeto de Lei federal que previa a distribuição gratuita de absorventes íntimos a mulheres de baixa renda, a marca Always anunciou que vai doar 200 mil unidades do produto à populações ribeirinhas. Pelo Instagram, a empresa disse estar compromissada com o combate à pobreza menstrual no Brasil.
“Como forma de reforçar ainda mais o compromisso contra à Pobreza Menstrual, Always já doou mais de 3 milhões de absorventes para organizações não governamentais”, diz um trecho da publicação.
“Hoje comunicamos uma nova doação de 200 mil absorventes ao Instituto Educadoras do Brasil, feita em parceria com o Atack Solidário e Dunorte Distribuidora, que serão distribuídos em comunidades vulneráveis e ribeirinhas na região Norte do Brasil”, anuncia o post.
Pelos comentários, diversas artistas aplaudiram a iniciativa. “Muito orgulho de fazer parte desse time!”, escreveu a jornalista Maíra Azevedo, enquanto a apresentadora Sabrina Sato encheu a publicação de corações.
Outras marcas se manifestam
Logo depois que se tornou conhecido, o veto do presidente causou revolta a milhares de mulheres. Em outra publicação no Instagram, a Always logo se manifestou sobre o assunto e citou dados de uma pesquisa sobre pobreza menstrual que foi desenvolvida em parceria com o Instituto Toluma.
“1 em cada 4 meninas já deixou de ir à escola por falta de absorventes. O combate à #pobrezamenstrual e a busca pela dignidade íntima das pessoas que menstruam é um dever de todos. #MeninaAjudaMenina”, disse em um post.
Além da Always, outras marcas de absorventes também se manifestaram sobre o veto. Pelo Instagram, a Sempre Livre reforça que dignidade menstrual é um “direito de todas as pessoas que menstruam”.
Já a Intimus divulgou dados importantes sobre essa realidade invisibilizada no Brasil. “Quem já teve que faltar à aula por estar menstruada sabe a dor de se sentir prejudicada só por ser mulher. Queremos mudar esse jogo. Junte-se a nós!”.
Senadoras e deputadas articulam derrubada do veto
Na tarde dessa quinta-feira (7), Bolsonaro vetou cinco dos sete artigos do Projeto de Lei (PL) 4968/19, da deputada Marília Arraes (PT-PE) e outros 34 parlamentares – majoritariamente da bancada petista, que cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. A proposta, após aprovação da Câmara dos Deputados, foi endossada pelo Senado no dia 14 de setembro e seguiu para a sanção do presidente (veja aqui).
Agora, parlamentares da Bancada Feminina do Senado e do Congresso estão se movimentando para uma derrubada do veto. Para que ele seja rejeitado, são necessários 257 votos de deputados e 41 de senadores.
Pelo Twitter, a autora do projeto garante que “não é hoje que alguém irá nos interromper. É só o começo!”, escreveu.
Mesmo o dia hoje ter sido difícil, me sinto muito feliz de ser a primeira parlamentar a apresentar um Projeto que combate diretamente a Pobreza Menstrual. O PL 4869 é de 2019. São quase 3 anos de luta. Não é hoje que alguém irá nos interromper. É só o começo!
— Marília Arraes (@MariliaArraes) October 8, 2021