De verde, amarelo e azul, Anitta leva funk ao Coachella e alfineta: ‘Bandeira do Brasil pertence aos brasileiros’

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Em apresentação na noite dessa sexta-feira (15), Anitta levou as cores da bandeira do Brasil em seu figurino e relembrou suas raízes ao cantar vários sucessos do funk carioca (Reprodução/@AcessoAnittaR + Coachella/Youtube)

Avisa que é ela! A cantora Anitta roubou a cena mais uma vez ao representar os brasileiros no palco do Coachella, um dos maiores festivais de música do mundo, realizado na Califórnia, nos Estados Unidos. Em apresentação na noite dessa sexta-feira (15), a artista levou as cores da bandeira do Brasil em seu figurino e relembrou suas raízes ao cantar vários sucessos do funk carioca, gênero que a lançou na música.

Após o show, Anitta usou as redes sociais para reforçar a importância de “vestir” as cores da bandeira. É que com o cenário de polarização política extrema em que vivemos, a bandeira nacional virou sinônimo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) (leia aqui em reportagem especial feita pelo BHAZ). 

“A bandeira do Brasil e as cores da bandeira do Brasil pertencem aos BRASILEIROS. Representam o BRASIL em GERAL. NINGUÉM pode se apropriar do significado das cores da bandeira do nosso país. Fim”, escreveu a artista.

‘Temos que nos orgulhar’

A apresentação de Anitta no Coachella teve diversas referências ao Brasil, em especial, ao subúrbio carioca, onde a cantora nasceu e cresceu. O cenário representou favelas brasileiras e diferentes gêneros da música, como a bossa nova, o samba e o funk deram o tom do espetáculo.

Ao lado do rapper Snoop Dogg, a artista cantou sucessos de sua carreira e também músicas de outros artistas, incluindo o hit “Onda Diferente”, da cantora Ludmilla – com quem Anitta já teve uma “treta” no passado. A apresentação arrancou gritos, suspiros e lágrimas de quem assistiu. Pelas redes sociais, centenas de brasileiros comemoram mais essa conquista da brasileira, como se fosse uma Copa do Mundo.

“Anitta celebrou o Brasil e a suas culturas no Coachella. Trouxe o pandeiro, o som na capoeira, o funk e tudo que a música brasileira pode proporcionar de diverso. Apresentação, na minha concepção, impecável. Temos que nos orgulhar muito dela”, escreveu um internauta.

“Ainda em choque com Anitta no Coachella: o palco, cenário, os figurinos, o balé, a presença à vontade dela, a representação do BR no palco. Teve moto, paredão, capoeira, bate-bola, funk, português, inglês, espanhol, movimento sanfoninha, Diplo, Snoop Dogg, Saweetie. HISTÓRICO”, comentou a influenciadora Foquinha.

Veja um pouco da repercussão:

Sequestraram a bandeira?

Na história recente, as cores verde e amarelo tomaram as ruas de diversas cidades a partir do movimento que pedia o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). De lá pra cá, passou a ser corriqueiro associar as cores da bandeira ao desejo de um país “livre da corrupção“. O uso ganhou ainda mais força durante a campanha que resultou na vitória de Jair Bolsonaro ao cargo de presidente da República em 2018 (veja aqui).

“Bolsonaro foi oportunista e agiu estrategicamente. Conseguiu trazer para si as cores que não tinha no seu partido [PSL]. Ele incorporou o verde e amarelo fazendo de conta que o partido dele era o Brasil. Foi uma estratégia acertada”, explica Malco Camargos, doutor em Ciência Política, professor da PUC Minas e diretor do Instituto Ver Pesquisa e Estratégia em entrevista ao BHAZ.

O movimento de Bolsonaro de apropriar-se de símbolos nacionais nunca havia sido registrado no Brasil, conforme explica Camargos. “Os símbolos anteriores eram os dos próprios partidos que tinham certa identidade. O azul do PSDB e o vermelho do PT, por exemplo. Bolsonaro entrou na disputa e incorporou em sua narrativa o verde e amarelo”.

Com informações de Vitor Fernandes e Vitor Fórneas

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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