‘Cale-se’: Fantástico relembra falas polêmicas de Bolsonaro em paródia; veja vídeo

Rede Globo/Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mais uma vez figurou entre os personagens principais do quadro de humor “Isso A Globo Não Mostra”. No programa Fantástico, da Rede Globo, desse domingo (11), várias falas polêmicas ditas pelo capitão da reserva foram repercutidas.

Em uma paródia da música Cálice, de Milton Nascimento, foram destacados os posicionamentos do presidente quanto à contratação de parentes em gabinete, turismo sexual, desmatamento, trabalho infantil, entre outros. Antes disso, o quadro repercutiu a comparação feita por Bolsonaro de si mesmo com o personagem de desenho Johnny Bravo.

Na última semana, ao inaugurar uma usina solar, em Sobradinho (BA), o presidente disse que a campanha eleitoral tinha acabado e que ele havia ganhado. “Eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra! Ganhou, porra! Vamos entender isso”, declarou. Em resposta à declaração, o “Isso A Globo Não Mostra” indagou: “Quem liga?”.

https://www.youtube.com/watch?v=b1UMG93Lwbo

As nomeações de parentes para trabalhar nos gabinetes de Bolsonaro e dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio também foram lembradas. Para o presidente, indicar pessoas com vínculo de parentesco “não é nepotismo”. Apesar da declaração de Bolsonaro, várias das pessoas nomeadas não trabalharam nos gabinetes, conforme mostrou reportagem especial do jornal O Globo.

O ponto alto do quadro e que gerou diversos comentários na internet foi a paródia de Cálice. Antes da música ser tocada, Bolsonaro aparece perguntando: “O que eu falei de mais pra você?”.

Na sequência, a paródia traz declarações do dirigente brasileiro que causaram polêmica, desde a comemoração da ditadura, quando ainda era deputado, até a de que o Brasil não pode ter turismo gay, quando ele já ocupava o cargo da presidência.

Em um dos trechos é entoado: “É uma mentira fome no Brasil, comemorei o golpe militar, essa Ancine tem que acabar, acho normal trabalho infantil. Tá ok?”. A cada trecho de falas polêmicas aparecia um personagem de novela dizendo: “Cale-se”.

Nas redes sociais, internautas repercutiram a atração:

A canção

Cálice é uma canção escrita e originalmente interpretada pelos compositores brasileiros Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, mas foi lançada somente em 1978, pois foi censurada pela ditadura militar por conter conteúdo de denúncia e crítica social.

Quando liberada, a canção apareceu pela primeira vez no álbum Chico Buarque, tendo Milton Nascimento cantando nos versos de Gil, que havia mudado de gravadora.

Conheça a letra:

Cálice

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca

Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

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