Filha de Arlindo Cruz denuncia cuidador do pai por importunação sexual

filha arlindo cruz
Filha de Arlindo Cruz denuncia cuidador do pai por tê-la tocado sem o consentimento dela (Reprodução/@floracruzoficial/Instagram)

A empresária Flora Cruz, filha do sambista Arlindo Cruz, denuncia que sofreu importunação sexual pelo cuidador do pai. Por meio de desabafo nas redes sociais, nessa quarta-feira (26), ela disse que “teve o corpo tocado sem autorização”.

No início do texto, Flora afirma que expor o ocorrido é muito doloroso para ela. A mulher explica que o episódio envolvendo o cuidador de Arlindo Cruz ocorreu na madrugada dessa segunda-feira (24), dentro da própria casa dela.

“Eu, dentro da minha casa, achando que estava segura, com uma pessoa que estava ali pra cuidar da saúde do meu pai. Tive meu corpo tocado, sem minha autorização, com a justificativa de que eu estava de baby doll e como homem era muito difícil resistir”, contou.

Reprodução/Instagram

Empresária acionou advogados

Flora Cruz decidiu expor a situação como medida de segurança, e também para alertar outras mulheres. Os advogados da empresária já estão resolvendo as questões por meio judicial, segundo relata.

“Não importa a roupa que você está usando, ou a ausência dela, se você bebeu, se está acordada ou se está dormindo. Não é não. E o corpo do outro não deve ser tocado sem consentimento”, ressaltou a mulher, desmistificando justificativas que tentam culpabilizar mulheres que sofrem assédio e outras formas de violação.

A mulher revela que ainda está assustada, com medo e vergonha, no processo de assimiliar o ocorrido. Apesar disso, agradece ao cuidado e carinho da família, amigos e equipe, que a acolheram. “Não se cale”, orientou a filha de Arlindo Cruz.

Flora Cruz recebe apoio

Nos comentários da publicação, a filha de Arlindo Cruz foi acolhida por seguidoras e outras famosas.

“Sinto muito, Flora! Não se sinta sozinha”, escreveu a deputada e ativista feminista Sâmia Bonfim. “Que orixá te cuide! Você está certíssima…Não podemos nos calar! Receba meu abraço”, escreveu a jornalista Maíra Azevedo.

O BHAZ entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para saber se Flora registrou uma denúncia. Assim que a corporação retornar a demanda, esta matéria será atualizada.

Crime sexual

O crime de estupro é previsto no artigo 213 do Código Penal, e consiste em “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”.

Mesmo que não exista a conjunção carnal, o criminoso pode ser condenado a uma pena de reclusão de seis a 10 anos.

O artigo 217A prevê o crime de estupro de vulnerável, configurado quando a vítima tem menos de 14 anos ou, “por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência”. A pena varia de 8 a 15 anos.

Já o crime de importunação sexual, que se tornou lei em 2018, é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticar o crime poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda em BH?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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