Luciano Huck vira alvo de críticas após questão sobre George Floyd em jogo do Caldeirão

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Apresentador foi criticado por insensibilidade em relação ao assassinato brutal de George Floyd, que endossou o movimento Black Lives Matter (Reprodução/Globo)

O quadro “Quem quer ser um milionário”, de Luciano Huck, recebeu uma chuva de críticas após inserir uma pergunta envolvendo o assassinato do estadunidense George Floyd.

No programa da Globo, que traz perguntas aos participantes em troca de dinheiro, o apresentador questionou: “qual destas frases foi dita por George Floyd antes de ser assassinado em 2020?”.

Dentre as quatro opções, o quadro incluiu a alternativa correta: “I can’t breathe” – ou “eu não consigo respirar”, em português. A pergunta explica que a frase virou um grito de protesto contra o racismo.

Na ocasião, que gerou uma onda de revolta nos Estados Unidos, o policial branco se ajoelhou em cima do pescoço do homem até matá-lo sufocado.

‘A dor preta virando entretenimento’

Nas principais redes sociais, a pergunta do quadro de Huck dividiu opiniões. Enquanto alguns internautas não encontraram problema e defendem que é importante recordar o assassinato, outros avaliam que a escolha foi infeliz.

“É a dor preta virando entretenimento, nada novo no front”, escreveu um internauta. “Não é possível que ninguém tenha barrado”, indignou-se outra pessoa. “Assassinato não pode ser entretenimento”, completou um terceiro.

Um vídeo de dez minutos, filmado por uma testemunha, mostrou que o policial manteve Floyd no chão mesmo após os pedidos de socorro do homem. “Não me mate”, disse ele, em certo momento.

Convite a reflexão

O colunista da Folha de S. Paulo Thiago Amparo foi um dos que se mobilizaram após a polêmica. Em post no Twitter, ele convidou Luciano Huck a refletir sobre a questão, pontuando que ela pode servir como gatilho para alguns grupos.

“Para pessoas negras, o caso do Floyd (e tantos outros Floyds brasileiros) é traumático ao ponto de fazer com que colocar suas últimas palavras num quiz de entretenimento seja inaceitável”, diz o post.

De acordo com Thiago, Huck o chamou no privado para que eles dialogassem. “Entendo que só veja as perguntas na hora mesmo e que já falamos sobre o tema racial em outros momentos”, escreveu.

“Seguimos aprendendo uns com os outros fora do Twitter, que está cheio de ódio. Grande abraço”, completou em fio na rede social.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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