Morte de participante do ‘The Wall’, do Domingão, comove telespectadores: ‘Honrar a memória’

jhonatan the wall
Participante do quadro morreu poucos dias após a gravação do episódio (Reprodução/Globoplay)

O final do quadro “The Wall”, do Domingão com Huck, comoveu telespectadores nesse domingo (26). O programa mostrou um casal que adotou cinco filhos, em São Paulo, e buscava realizar o sonho da casa própria. Dias após deixar o palco com pouco mais de R$ 73 mil, um dos homens morreu de dengue hemorrágica.

Jhonatan Williantan e Daniel Rocha adotaram cinco crianças, todas geradas pela mesma mãe biológica, há cerca de três anos. No Domingão, eles tentaram a sorte grande e falaram sobre seus projetos, além do sonho de comprar um lar próprio. Logo após a exibição do quadro, Luciano Huck anunciou a morte de Jhonatan.

“A gente gravou esse episódio do The Wall algumas semanas atrás. E o pouco tempo entre a gente gravar e a exibição, hoje, a gente recebeu a notícia que o Jhonatan faleceu de dengue hemorrágica”, contou Luciano Huck, chocando internautas e telespectadores que acompanhavam o programa.

A produção ficou em dúvida sobre exibir ou não o episódio. Apesar do luto, Daniel garantiu que desejava seguir com o planejado como forma de honrar a memória do parceiro. “Ele disse que sim, que era uma forma de honrar o Jhonatan, sua memória, os sonhos que ele tinha, que agora ele vai ter que sonhar sozinho com os seus cinco filhos. E eles vão, juntos, continuar sonhando e perseguindo esses sonhos. O Jhonatan era um jovem super talentoso, cheio de sonhos”, disse Huck.

Nas principais redes sociais, usuários que acompanhavam o The Wall se mostraram surpresos – e entristecidos – com a revelação da morte de Jhonatan.

Reprodução/Twitter
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Amor em dose quíntupla

Em agosto do ano passado, Jhonatan conversou com o BHAZ sobre a família que construiu ao lado do marido, Daniel. Ele comemorava o Dia dos Pais, que ficava mais completo com a adoção dos cinco pequenos.

Jhonatan definiu o amor como “um ato de coragem, assim como a adoção” e comentou sobre a experiência de ser pai em um relacionamento entre dois homens. Nas redes sociais, o casal compartilhava todo o amor que nutria pelos filhos e contava um pouco sobre a rotina com as crianças.

O técnico agrícola, à época com 29 anos, decidiu adotar os irmãos Douglas, de 11 anos; Wendel, de 7; Harry, de 5; Yarah, de 4 e João Miguel, de 2, no primeiro ano da pandemia. A mãe biológica os deixou em um orfanato no município de Rio Claro e, como a família imediata não quis abrigá-los, ele assumiu a tarefa.

“Tiramos eles do abrigo há dois anos, e agora temos a guarda definitiva. Eles foram resgatados dos pais por negligências, questões de saúde, alimentação e educação. Como sou primo de segundo grau da mãe biológica deles, ou família extensa, a Justiça me procurou”, explicou o rapaz à época.

‘Valores para a vida’

Foram várias dúvidas antes de seguir com a adoção. “Como vou enfrentar uma sociedade primitiva e atrasada para conquistar a guarda de cinco crianças?”, pensou Jhonatan antes que tudo se ajeitasse. Mesmo com medo, ele deu entrada nos papéis aos 26 anos e assumiu a grande responsabilidade de receber o título de “pai”.

Na entrevista, ele ainda disse que o grande desafio do casal era ensinar valores que os filhos levariam para a vida. “As crianças sabem que têm dois pais, passamos valores que eles vão levar para sempre como qualquer outra família. Eu costumo dizer que eles que nos adotaram. Chegaram pra ensinar o que é respeito e amor de verdade. Hoje posso falar que sei que é o amor e o companheirismo”, narrou.

Para o pai de “quinta” viagem, educar as crianças para que se tornem cidadãs é o principal desafio num emaranhado de tantos outros. “Cada criança tem uma personalidade, uma vida é diferente da outra. O principal conselho que eu daria a quem está se tornando pai pela primeira vez é aprender a ouvir”, afirmou.

Vaquinha para a família

Com a repercussão emocionante da história de Jhonatan e Daniel, o site Só Vaquinha Boa abriu uma campanha para ajudar a família financeiramente. A meta é arrecadar até R$ 350 mil e, assim, contribuir para que Daniel alcance o sonho de viver em uma casa própria com os cinco filhos.

Pouco após a adoção, Jhonatan parou de trabalhar fora para se dedicar exclusivamente ao dia a dia com os filhos. Dessa forma, o marido dele gerava a renda da casa trabalhando como enfermeiro.

Se você puder ajudar com a vaquinha, clique aqui.

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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