Mulher que alegou ter dado à luz a 10 bebês nem grávida estava

Grávida 10 filhos desmentida
Mulher passou por uma avalição psiquiátrica após descoberta (Thobile Mathonsi/African News Agency)

Um caso parecido com o da “grávida de Taubaté”, que rendeu, no Brasil, além de revolta, muitos memes, apareceu em outra parte do globo. Desta vez, um mulher sul-africana alegou ter dado à luz a 10 bebês, e o caso não só viralizou pelo mundo, como também mobilizou doações milionárias, como forma de ajudar a futura mamãe. O teatro, no entanto, foi desmentido pelas autoridades locais, que concluíram que a mulher nem ao menos estava grávida. As informações são do New York Post.

O Governo Provincial de Gauteng disse, nessa quarta-feira (23), que “conduziu uma verificação completa com todos os hospitais” na área para “estabelecer a veracidade” das alegações de Gosiame Thamara Sithole de que ela deu à luz aos bebês. Gosiame, que tem gêmeos de seis anos, morava com o parceiro Teboho Tsotetsi em Thembisa, um município perto de Joanesburgo, na província de Gauteng.

“Nenhum dos hospitais da província, públicos e privados, tinha registros de tais nascimentos em suas instalações”, disse o governo. As autoridades ainda buscaram pela mulher, mas nem o marido conseguia contatá-la. Quando finalmente a encontraram, ela foi levada para uma avaliação psiquiátrica de 72 horas, que se estendeu por uma semana.

“Foi agora estabelecido por médicos que a Sra. Sithole não deu à luz nenhum bebê nos últimos tempos”, revelou o comunicado. “Também foi estabelecido que ela não estava grávida nos últimos tempos.”

Viralizou!

A história já tinha circulado pelo mundo até ter sido desmentida pelo governo local. O governo disse que “instruiu o procurador do Estado a instituir uma ação legal” contra o jornal que divulgou a história – o Pretoria News – por causa de uma reportagem que sugeria que “o governo estava tentando encobrir negligência médica” ao manter Gosiame na prisão.

“Essas alegações são falsas, infundadas e só servem para manchar a boa reputação do Hospital Acadêmico Steve Biko e do Governo Provincial de Gauteng”, disse o comunicado.

O governo disse estar “profundamente preocupado com a conduta” do jornal, “particularmente o editor do Pretoria News, Sr. Piet Rampedi”, que também participará do processo. Rampedi escreveu um pedido de desculpas a seus funcionários, declarando “tristeza e arrependimento” sobre o furo desmascarado – admitindo que suas reportagens eram negligentes porque ele era amigo de Sithole e confiava em sua palavra.

“Lamento o dano à reputação que o rescaldo da história causou ao grupo, à empresa e aos meus colegas em geral”, escreveu ele, de acordo com um e-mail acessado pelo News24.

Palavra de amigo

Na contramão dos processos jornalísticos, o editor não apurou nem investigou os fatos, confiando apenas na palavra de seus amigos. “Para ser franco, a história deu aos detratores a oportunidade de lançar calúnias sobre a integridade profissional não só de mim, mas também de meus colegas do grupo. Por isso, lamento muito ”, escreveu ele.

Ele disse que o casal se recusou a falar com outros jornalistas porque eram amigos dele, dizendo que sentia que não havia “nada para investigar”. “Eles não tinham razão para mentir para mim sobre a gravidez. Para mim, foi uma história de celebração. Por isso, nunca exigi prova documental da gravidez, como scanners e fichas clínicas, por exemplo, como normalmente faria com uma matéria investigativa”, escreveu ele, segundo o News24.

“No entanto, a julgar pela mudança repentina dos acontecimentos e pela reação do governo e de nossos detratores, eu estava errado”, admitiu.

Edição: Roberth Costa

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