Pocah relembra relacionamento abusivo, alerta sobre sinais e detalha agressões: ‘Quase fiquei cega’

Pocah GNT
“Você tem que se atentar aos sinais”, alerta a cantora (Reprodução/GNT)

A cantora Pocah, 26, contou sobre as agressões e os abusos que já sofreu em um antigo relacionamento, em entrevista ao “Papo de Segunda”, do GNT, ontem (9). A ex-Big Brother Brasil revelou que o ex-companheiro usava da fé dela para manipulá-la e justificar a violência doméstica. Pocah ainda lembrou que entrou no relacionamento aos 16 anos e só conseguiu sair dele quando a sua filha nasceu.

“Eu vivi muitos anos com essa pessoa e eu comecei a namorar muito nova, com 16 anos. E esse relacionamento era completamente conturbado, era infernal para mim e para quem estivesse ao meu redor. Minha família, meus amigos, era terrível e eu via o quanto era tóxico e as pessoas falavam o quanto era tóxico e eu tentava de todas as formas me livrar aquilo”, relembrou a funkeira.

Pocah explicou sobre a dificuldade de se sair de um relacionamento abusivo. “Quando você está em um relacionamento tóxico não é só você falar ‘tchau, valeu, beijo’. Não é assim. Era um relacionamento que havia agressões físicas, verbais e psicológicas, manipulação, e envolvia uma coisa que eu prezo demais que é o meu temor a Deus. E sou uma pessoa que eu tenho uma ligação com Deus muito grande, Deus é sagrado na minha vida, e essa pessoa usava a minha fé”, relatou.

A cantora ainda contou que outras mulheres a procuram, desde que ela revelou sobre o relacionamento pela primeira vez, por se identificarem com a história de vida dela. “Ainda mais expor isso na internet, eu recebi muitos relatos, que elas se identificavam com o que eu vivi. Que era assim: o meu agressor ele vinha, me traía, eu descobria, queria ir embora, arrumava as minhas coisas, queria fugir, tentava de todas as formas fugir. Ele não aceitava o término, me agredia e eu queria ir embora, ‘O que você fez comigo? Eu quase fiquei cega do olho esquerdo’. Era pesado”, detalhou as agressões.

Manipulação

Conforme relata, o ex-namorado da cantora dizia que ele estava sendo “usado pelo diabo”. “Em diversos momentos eu era agredida, ele dizia que ele estava sendo usado pelo diabo, e que ele não queria fazer aquilo. Dizia que aquilo não era ele, que ele estava sendo usado pelo diabo, e que aquilo era o testemunho da nossa vida e que a gente iria contar isso futuramente como uma vitória, que nós superamos juntos, ‘eu vou mudar’. Só que não muda. Eu perdoei uma vez, perdoei duas vezes, três vezes e muito mais”, disse.

“Sabe por que eu perdoei? Porque eu tinha medo das ameaças que eu recebia. E tinha medo de morrer, em diversos momentos em meio a essas brigas, eu achei que eu fosse morrer. ‘Não, hoje ele vai me matar’. A sensação que eu tinha é que eu já tava morrendo mesmo”, desabafou.

Sinais

Pocah pediu às pessoas para não subestimarem os sinais de um relacionamento tóxico. “Começou com gritos, começou com abusos das minhas amizades. ‘Ai, fulana não presta’. Começava a colocar defeitos nas minhas amizades, que eu não tinha que andar junto, e se andasse, iria trazer problemas para mim dentro do relacionamento. ‘Essa roupa tá muito curta, roupa de puta’… começa assim”, alertou.

“E você tem que se atentar aos sinais. Isso são sinais de uma pessoa tóxica e abusiva. Existe uma coisa que é relacionamento você muitas vezes tem que ceder, mas você tem que ceder a algo que é ‘hoje eu to afim dormir cedo, e você? – Ah, hoje eu tô afim de dormir tarde’. Sabe? Esse tipo de coisa. Quando infringe os seus direitos…”, continuou.

“As pessoas confundem direito e dever dentro de um relacionamento. Você não tem que deixar de ser quem você é para agradar outra pessoa. E isso era um problema nesse meu relacionamento”, completou Pocah, visivelmente emocionada.

Término do relacionamento

Questionada sobre quando conseguiu terminar o relacionamento, a cantora explicou que a preocupação com a filha, que hoje tem 5 anos, foi o maior motor para sair da situação. “Do momento que a minha filha nasceu. Até minha filha nascer era terrível, briga, chute na escada, fui parar no hospital diversas vezes. E aí, quando minha filha nasceu, eu falei: ‘Eu tenho que mudar isso. De alguma forma. Eu não admito mais. Ou eu vou morrer e a minha filha depende de mim. Eu não posso deixar minha filha nas mãos desse cara'”, relatou.

Pocah advertiu sobre outros sinais. “É uma pessoa pessoa completamente tóxica, não só comigo, mas com as pessoas ao redor também’. Tem que observar isso também, porque a pessoa pode não ser má com você, mas ela é ruim com outras pessoas, isso é um sinal. E aí eu, determinada, após descobrir uma traição recente, eu fui para a casa da minha mãe, falei para ela dizer que eu não estava se ele fosse atrás de mim, e ele foi, e simplesmente desapareci”, complementou.

“Ele ficava vindo atrás, ele ficava ameaçando, ele teve outra questão que a contratual porque a gente era sócio na época e eu tinha prova de roubos, de traição, de tudo aquilo e eu falei: ‘você vai seguir na sua vida senão eu vou te por na cadeia’”, finalizou. Veja vídeo:

Onde conseguir ajuda em BH?

Caso você seja vítima ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher: av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190

Casa de Referência Tina Martins: r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221

Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher): r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171

Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher: r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380

Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência: avenida dos Andradas, 3.100, no Núcleo de Cidadania da Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Edição: Vitor Fernandes

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