Praia com água quente em Angra dos Reis fica ao lado de usina nuclear; conheça ponto turístico

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Praia com água quente chama atenção de internautas e turistas (Reprodução/Redes sociais)

Você já pensou em nadar em um mar aquecido? Pois bem. A Praia do Laboratório existe e fica situada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Além do mar quentinho, a visão paradisíaca atrai banhistas o ano inteiro. Mas qual o motivo de a água se manter quente?

Acontece que a praia carioca fica encostada nas usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, da Eletronuclear. Diante da peculiaridade, muita gente acaba dividida entre apostar na experiência ou acreditar que um simples mergulho pode trazer danos à saúde.

Pensando em tirar essas dúvidas, o BHAZ buscou saber: faz mal nadar na Praia do Laboratório? Em contato com a reportagem, a professora Nelcy Mohallem explica como as usinas funcionam e se há risco de se aventurar pelas águas cristalinas da praia carioca.

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Como a água da praia fica quente?

A educadora leciona sobre temas envolvendo radiação no Departamento de Química da (Universidade Federal de Minas Gerais). Acompanhando frequentemente atividades na área, narra que empresas responsáveis por usinas costumam monitorar os locais regularmente.

A troca de calor dentro dos reatores, de acordo com Nelcy, é a responsável por transferir a água a outro sistema. Na sequência, o restante do líquido acaba indo para as águas do mar da Praia do Laboratório.

“Toda usina nuclear usa material radioativo para aquecer a água. Esse aquecimento, dentro da própria usina, é que será transformado em energia elétrica. Os restos da água que sai são jogados, por meio de tubulações, em rios ou mares, neste caso”, afirma.

Basicamente, a água é retirada do mar para resfriar o reator da usina e, depois, devolvida.

@comerrezarviajar Você teria coragem?! ⚠️ Apesar de parecer perigoso não há risco algum de contaminação, as águas não entram em contato com material radioativo e está sempre monitorada pelos técnicos da usina e órgãos ambientais. #angradosreis #angrarj #angradosreisrj #costaverderj #rj #riodejaneirorj #riodejaneirobrasil #issoebrasil #riodejaneirotrip #lugaresincriveisdobrasil #lugaresincriveis #topdestinos #melhoresdestinos #viagemeturismo #destinosimperdiveis #destinosnacionais ♬ Way down We Go – KALEO

Há motivo para preocupação?

No último boletim sobre a balneabilidade das praias de Angra dos Reis, de 2020, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) apontou que a água da Praia do Laboratório é adequada para fins de recreação. Isto é, seria seguro que as pessoas nadem ali.

Embora Nelcy não creia que existam distúrbios ecológicos devido ao aquecimento da água atualmente, pontua que um grande vazamento seria motivo de preocupação. Isso porque o escoamento de pessoas é dificultado e há poucas rotas de fuga naquela região praiana.

Além de Angra 1 e Angra 2, a professora explica que uma terceira usina está em construção no local.

‘Incidente’ causou liberação de água radioativa

Em setembro do ano passado, a usina nuclear Angra 1 virou pauta nos noticiários. É que houve a liberação de cerca de 90 litros de água contendo substâncias com teor radioativo na água do mar.

Em nota de esclarecimento, a Eletronuclear informou que, sob demanda do Ibama, intensificou a monitoração radiológica no local de despejo das águas pluviais “sem encontrar nenhum impacto ambiental”.

No início de abril deste ano, a empresa recebeu técnicos da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e do Ibama para uma inspeção na mesma usina. A visita foi acordada devido à liberação do material no ano passado.

“A Eletronuclear esclarece que toda a água que circula no sistema nuclear da usina fica contida nos edifícios de segurança e é reutilizada sempre que necessário. A água do mar faz parte de um terceiro circuito, que não tem qualquer ligação com o do reator”, disse em um dos comunicados.

O BHAZ entrou em contato com a Eletronuclear para detalhes sobre a construção das usinas e aguarda retorno.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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