Após demissão da Globo, primeiro âncora gay do JN conta que foi ‘forçado’ a se assumir

O jornalista Matheus Ribeiro pediu demissão da TV Anhanguera, afiliada da Globo (TV Globo/Divulgação + Instagram/Reprodução)

O jornalista Matheus Ribeiro, primeiro âncora assumidamente gay a apresentar o Jornal Nacional, pediu demissão da TV Anhanguera, afiliada da Globo, na última quarta-feira (8). Em entrevista à coluna de Leo Dias, ele conta que foi perseguido pela cúpula da rede, fez duras reclamações após seu salário ser reduzido para R$ 3,9 mil e disse que foi “forçado” a se assumir homossexual publicamente.

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Segundo o âncora, foram seis anos “vestindo a camisa” da empresa. “Creio que ocupei um posto desejado por vários profissionais. Então, abrir mão disso foi a decisão mais difícil da minha vida profissional até o momento. No entanto, a tomei certo do que desejo para minha carreira. Essa saída não tem a ver com outras propostas, mas hoje me sinto mais leve e com o peito aberto para enfrentar novos desafios”.

Em texto publicado nas redes sociais, o jornalista contou sobre a redução de salário, por conta de uma supressão de horas extras. Para Leo Dias, ele voltou a falar do assunto. “Foi um dos motivos que me levaram a pedir demissão, não posso negar. Considerei que não era uma decisão justa. Porém, não posso afirmar que é uma prática recorrente da empresa, tenho autonomia para falar apenas sobre o que ocorreu no meu caso”.

O âncora também falou sobre assédio moral que sofreu dentro da afiliada da Globo. “Ao longo da minha trajetória na emissora, sempre dialoguei com a chefia na tentativa de resolver os problemas que surgiram. Porém, houve um estopim para minha saída, que foi a proibição de fazer lives no meu perfil pessoal no Instagram, para interagir com os seguidores. Algo que não tem nenhum conflito com as atividades que eu desempenhava”.

Procurada, a TV Anhanguera não respondeu aos questionamentos do BHAZ até esta publicação. Tão logo a resposta seja enviada, esta matéria será atualizada.

Matheus não descarta a possibilidade de voltar para a Globo. “Tenho disposição para exercer meu trabalho em qualquer empresa onde encontre abrigo aos meus valores profissionais e éticos. Da minha parte, há o desejo de continuar atuando como jornalista e apresentador. Se porventura surgir alguma oportunidade, analisarei com muito apreço”.

‘Forçado’ a se assumir

Sobre sua orientação sexual, o jornalista disse que acabou sendo “forçado” a se assumir como gay. “Posso dizer que fui ‘assumido’. Às vésperas de apresentar o Jornal Nacional, um site de fofocas começou a publicar textos bem desrespeitosos sobre minha sexualidade, como se fosse algo de que eu devesse ter vergonha ou medo”, disse.

“Diante disso, eu e meu namorado resolvemos fazer uma manifestação mais clara do nosso relacionamento, já que isso não era segredo para minha família e amigos, nem me impediu de combater injustiças e preconceitos, enquanto jornalista”. Ele também conta que não viu necessidade de conversar sobre isso com a emissora, por ser uma questão íntima. “E acredito que não há relação entre isso e os problemas que enfrentei internamente”.

Ao fim da entrevista, ele também falou do namoro com o policial Yuri Piazzarollo. “Ele é o amor da minha vida. Um homem corajoso, que admiro bastante e já mostrou que está comigo nas minhas lutas. Temos um ano de relacionamento, estamos muito bem e já fazemos planos para o futuro”, completa.

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