Rita Lee por ela mesma: ‘Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa’

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Trecho de livro de 2016 voltou à tona após a morte da cantora (Reprodução/Instagram)

Uma das maiores artistas da música brasileira, Rita Lee nos deixou nessa segunda-feira (8), mas não sem um detalhe inusitado, digno do que só ela sabia fazer. Em seu primeiro livro autobiográfico – “Rita Lee, uma autobiografia” -, a cantora considerou como seria sua morte.

No livro, publicado em 2016, Rita Lee falou sobre o assunto no trecho intitulado “Profecia”. Ela imaginou como seriam as reações das pessoas e quem seria ou não sincero no momento de sua morte. Terminou ainda sugerindo o próprio epitáfio: “Nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”. Leia o texto na íntegra abaixo.

Rita Lee morreu nessa segunda-feira (8), aos 75 anos. A notícia foi divulgada pela família na manhã desta terça (9). Ela estava em casa, “cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”.

A Profecia de Rita Lee

Profecia
Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão “Ovelha negra”, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: “Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk”. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca comparei ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: Thank you Lord, finally sedated”.

Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.

*Trecho extraído do livro “Rita Lee, uma autobiografia”, de 2016.

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Reprodução
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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