‘Eu conheci o inferno’: relato de MC Carol sobre preconceito viraliza

Reprodução/Facebook

A funkeira MC Carol fez um relato emocionante nesse sábado (17) em sua conta pessoal no Facebook. No texto, a cantora fala de preconceito, criminalidade, estupro e como vivem as pessoas que crescem em comunidades carentes. A publicação já teve mais de 26 mil curtidas, 9 mil compartilhamentos e 1.300 comentários em menos de 24 horas.

No texto, a funkeira desabafa. “Com 15 anos eu não tinha vontade de ver o sol, eu acordava e já era noite, eu bebia como se fosse refeições e quando eu ia na rua fazer um bico, eu via crianças felizes com seus pais, subindo da escola enquanto eu estava bêbada e com fome, eu via pessoas jogando pedaço de pão fora, que eu queria comer”, diz trecho do relato.

Em outro pedaço do texto, MC Carol explica que sempre tentou ajudar crianças carentes, pois já foi uma um dia. “O meu amigo Zé, que foi morto em dezembro, tinha 13 anos, ele fazia bicos igual a mim. Ele não conseguiu vaga na escola, ano passado, meu produtor tentou na prefeitura mas não conseguiu, ele queria poder estudar esse ano. Ele ficava o dia todo na rua trabalhando pra ajudar a mãe e os irmãos, ele estava no lugar errado, na hora errada. O Zé não correu porque ele era uma criança e não estava armado, ele foi morto, o Zé era negro!”, desabafa.

A cantora conta também de momentos de terror e como o funk salvou sua vida e mudou seu destino. “Passou um tempo, eu conheci o funk e ele me salvou e me curou. Eu tinha ódio de Deus, do mundo e de pessoas felizes, porque eu tinha que comer restos, enquanto pessoas fingiam não me ver. Eu tinha que dormir com uma faca debaixo do travesseiro, pra não ser estuprada, porque minha casa não tinha porta”, conta em outro trecho.

Leia na íntegra:

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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