Bocardi associa atleta negro a gandula e alega não existir racismo ao ser criticado: ‘Quem fala é quem é’

Bocardi acusado racismo
Foto no perfil do Twitter do apresentador também se tornou alvo de críticas, após comentário polêmico (Rede Globo/Reprodução + @rodrigobocardi/Twitter/Reprodução)

Um comentário do apresentador da Globo Rodrigo Bocardi tem sido apontado como racista por parte dos espectadores. Após a repercussão, Bocardi ainda tentou se justificar ao vivo, mas acabou piorando a situação. Com a polêmica, o nome do jornalista foi o assunto mais comentado do Twitter nesta manhã.

Em uma entrada ao vivo no Bom Dia São Paulo desta sexta-feira (7), um jovem negro com a camisa do clube Pinheiros estava sendo entrevistado por um repórter. O clube atende, na maior parte, a classe alta paulista.

Bocardi pergunta ao entrevistado se ele estava indo “apanhar bolinha de tênis” no clube, insinuando que ele seria gandula. O entrevistado esclarece que é atleta de Polo Aquático do Pinheiros. Nas redes sociais, a ideia de que Bocardi assume que o atleta seria gandula é “elitista e racista”.

A defesa do apresentador

Há somente oito dias, Bocardi foi acusado de disparar uma fala machista no Bom Dia São Paulo (leia aqui). Agora, ao ter outro comentário apontado como racista, o apresentador resolveu responder às críticas, ao vivo. “Não existe preconceito, não existe racismo. Quem fala e quem escreve é quem são [os preconceituosos e racistas]”, defende.

+ Apresentadores discordam ao vivo e jornalista dispara: ‘Machista’

Para muita gente, o discurso de desculpas de Bocardi acabou agravando ainda mais a situação e evidenciando uma postura racista. “Poderia ter admitido que, mesmo de forma inconsciente, cometeu um ato racista. Mas a arrogância falou mais alto. E perdeu a chance de fazer uma reflexão sobre o racismo institucional”, escreveu um usuário do Twitter.

Além de se explicar no jornal, o apresentador também usou o Twitter para se desculpar. “Se ofendi pessoas que não conhecem esses meus argumentos e a minha história, peço desculpas. Não o chamei de pegador pela cor da pele ou pela presença num trem”, justifica.

Nessa mesma rede social, a foto do perfil do jornalista também se tornou alvo de críticas. Na imagem, Bocardi aparece rodeado de crianças negras, na Angola. No entanto, algumas pessoas defendem que esse tipo de foto é usado para justificar ou esconder o racismo. “Não adianta colocar foto com meninos africanos nas redes sociais, esse método já é velho e não cola mais”, comentou um usuário do Twitter.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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