O BabyCenter Brasil divulgou o tradicional ranking de nomes de bebê, feito com base em cerca de 350 mil cadastros na plataforma digital gratuita de nascidos ao longo de 2020. O levantamento revela os nomes próprios que estão sendo mais usados atualmente.
Meninas
Para as meninas, o nome Helena ficou em primeiro lugar pelo terceiro ano seguido. Logo após, aparecem Alice e Laura. A única novidade no top 10 é “Liz”, que subiu oito posições este ano. A previsão é de que, no próximo ano, esse nome possa alcançar o top 5. Veja a lista:
- Helena
- Alice
- Laura
- Manuela
- Isabella
- Sophia
- Luísa
- Heloísa
- Liz
- Cecília
Os nomes Elisa (20º), Ayla (27º), Aurora (30º) e Luna (42º) também estão se tornando mais comuns. Além disso, o índice demonstra que os pais andam optando menos por nomes compostos, e mais por “Maria” e “Ana” sozinhos. Outro dado é que, desde 2019, vem diminuindo a quantidade de nomes que terminam com -elly, como Emanuelly (34º), Isabelly (56º) e Gabrielly (99º).
Meninos
Para meninos, o nome Miguel completa dez anos seguidos na primeira posição, seguido de Arthur e Heitor, que se mantêm estáveis. A mudança foi em “Bernardo”, que apresentou uma pequena queda, e a ascensão de Gael, que, este ano, além de chegar no top 10 pela primeira vez, ultrapassou o nome Gabriel. Veja a lista:
- Miguel
- Arthur
- Heitor
- Théo
- Davi
- Bernardo
- Gael
- Gabriel
- Pedro
- Samuel
Assim como no caso das meninas, nomes curtos estão sendo mais usados para os garotos, como Ravi (17º), Noah (22º), Levi (39º) e Rael (71º), que pela primeira vez ocupa o Top 100.
Explicação
A estabilidade de Helena na primeira posição mostra uma tendência atual dos brasileiros de nomear suas filhas com nomes de heroínas de ficção. O termo significa “tocha” ou “luz” e faz referência à personagem da mitologia grega Helena de Troia, pivô da Guerra de Tróia. Na mesma sintonia, tem Aurora, nome da Bela Adormecida, que subiu 19 posições este ano, e Bella, que subiu 12 e agora se encontra em 62º na lista.
Também cresceram nomes de mulheres fortes da nossa cultura, como Clarice (66º), renomada escritora brasileira do século XX, e Elis (88º), grande cantora brasileira, que faleceu na década de 1980. A tendência de nomes greco-romanos, como Helena, também se encontra no lado dos meninos, apesar de Miguel, primeiro na lista, ser de origem hebraica e significar “semelhante a Deus”.
O terceiro lugar, Heitor, nome grego, faz parte agora de vários outros nomes de inspiração clássica, que remetem aos tempos áureos da Grécia e de Roma, na lista de mais escolhidos pelos brasileiros. Caio (46º), Augusto (49º), Dante (94º), Thales (95º) vêm crescendo, estes dois últimos como novidade do Top 100 este ano.
Por causa de personagens e atores de séries, os pais estão cada vez mais optando por nomes internacionais também. No ranking masculino, destacam-se Anthony, (21º), Noah (22º), Matteo (59º), Yan (64º), Nathan (67º), Oliver (69º), Ryan (74º) e Derick (82º).
Ícones negros internacionais, jogadores da NBA (Associação Nacional de Basquete dos Estados Unidos) e pilotos da Fórmula 1, tiveram sua participação também, como Kawhi Leonard e Lewis Hamilton. Inspirações brasileiras não ficaram de fora, como o atacante flamenguista Bruno Henrique, também do esporte.
Personalidades representativas do movimento contra o racismo também foram uma forte influência no lado feminino. O BabyCenter aponta que os nomes Iza e Maju, inspirados na cantora e na apresentadora, respectivamente, cresceram, assim como de lideranças negras históricas, como Dandara, companheira do Zumbi de Palmares.
Outros ícones antigos passaram a batizar os nomes dos recém-nascidos este ano. Em um ano de lives musicais que amenizaram o isolamento social devido à pandemia de Covid-19, personagens da MPB (Música Popular Brasileira) voltaram a chamar a atenção das gerações mais jovens, que nomearam seus filhos de Caetano, Tom, Gil, e Elis, como já mencionado.
As celebridades do momento, contudo, não deixaram de inspirar muitos nomes também. Apareceram mais nos cadastros Rael e Zion, nome dos filhos da atriz Isis Valverde e da influenciadora Jade Seba, respectivamente, além de Ravi, que subiu 39 posições este ano, alçando o 17º lugar, muito em função do filho do DJ Alok.
Já Valentim (51º) e Ícaro (84º) caíram, respectivamente, 13 e 22 posições, depois de uma ascensão em 2019 puxada por personagens da novela “Segundo Sol”. Enzo (43º) e suas variações andam mais em baixa, acredita-se que, em parte, pelo desgate de “memes” e brincadeiras na Internet.
Os clássicos nomes bíblicos mantêm sua preferência junto às famílias brasileiras, mas os tradicionais Gabriel e Esther (31º) vêm dividindo espaço com novas alternativas como Josué (68º), que subiu 27 posições, e Hadassa (96º), que aparece como novidade do Top 100.
João e Maria
As combinações mais usadas com Maria são: Maria Luísa, Maria Júlia, Maria Clara, Maria Eduarda, Maria Cecília, Maria Alice e Maria Helena.
Com João, as mais frequentes são: João Miguel, João Pedro, João Lucas, João Gabriel, João Guilherme, João Vitor e João Paulo.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realiza a contagem sem diferenciar nomes como João Miguel e João Pedro, colocando todos na mesma categoria (João). Já o BabyCenter utiliza das duas abordagens. Se uniformizado o nome simples e os nomes compostos em uma só categoria, “João” é, disparado, o nome mais usado para os meninos, e, no ranking feminino, Maria e Ana alcançam o primeiro e segundo lugar, respectivamente.
O ranking do BabyCenter também uniformiza grafias diferentes para um mesmo nome, eliminando distorções como a separação dos nomes Manuella e Manuela.
Previsões para 2021
Théo e Gael provavelmente crescerão mais ainda, aproximando-se das primeiras posições, mas sem sinais, ainda, de alcançar Miguel e Helena. Os nomes com “z” Zion, Zoe e Zyan devem se consolidar na preferência dos pais, devido às celebridades Jade Seba, Sabrina Sato e Giovanna Ewbank, respectivamente.
Léo, nome do filho da cantora Marília Mendonça, e Micael, com som parecido, devem entrar nas cem primeiras posições do ranking masculino. As variações Kael e Kalel, mais para baixo na lista, também apontam crescimento.
Nomes curtinhos e internacionais devem continuar sua escalada, principalmente Liam, Noah, Otto (88º) e John para meninos, e Maya (55º), Chloe, Anne e Ivy para meninas. Aurora, por sua vez, já deixou de ser uma escolha “exótica” e pode continuar em alta um pouco mais, assim como outros nomes da Disney, com a chegado do streaming da empresa no Brasil, como as princesas e heroínas Bella, Jasmine, Moana e Ana.
Aurora também está na categoria de nomes ligados à astronomia que devem ficar em alta em 2021. As previsões apontam para Sol, Céu, Aurora, Estrela, Luz e Íris. Este último, em referência ao arco-íris, mas também devido a popularização da expressão “bebê arco-íris”, para crianças que nascem após uma perda gestacional. Por fim, Lua, nome dado pelo apresentador Tiago Leifert a sua filha, também deve crescer.