Viih Tube desabafa sobre violência sexual que sofreu no Carnaval do Rio: ‘Morrendo de vergonha’

viih tube assédio
Ex-BBB desabafou sobre situação constrangedora na madrugada de hoje (Reprodução/@viihtube/Instagram)

Em pleno 2022, ainda é necessário reforçar o conhecido “não é não” durante as festividades de Carnaval. A ex-BBB e digital influencer Viih Tube relatou, na madrugada de hoje (23), uma situação constrangedora que sofreu em um camarote no Rio de Janeiro, onde teve as partes íntimas tocadas sem consentimento. Ela desabafou por meio das redes sociais.

“Gente, fui sair do camarote, perdi a conta de quantas mãos estavam tocando nas minhas partes íntimas, fiquei mega desconfortável, juro, tô travada ainda!”, começou a loira. “Puxar mão, braço, a roupa, até meu cabelo na euforia eu entendo, às vezes a gente não pensa muito na hora porque tá eufórico mesmo, mas isso não gente. É desrespeito, por favor, de coração! Estou morrendo de vergonha”, finalizou, nos stories do Instagram.

Ex-sister desabafou sobre toques indesejados (Reprodução/@viihtube/Instagram)

Desabafo gera comentários machistas

Após relevar que sofreu importunação sexual por fãs na madrugada de hoje, a youtuber recebeu uma chuva de comentários machistas. O surpreendente é que a maioria deles foi feita por mulheres, que apontam a “postura” e a liberdade sexual da jovem como responsáveis pela violência que ela sofreu. Esse discurso culpabiliza e expõe as vítimas a um lugar de fragilidade, o que cria obstáculos para denunciar.

“Isso aí com vergonha. A piada do Carnaval”, comentou uma pessoa em uma página de fofoca que publicou o relato de Viih Tube. Outro usuário opinou que a influencer teria inventado a história toda para ficar “em evidência” na mídia. “Tudo mentira, gente. Ela inventa e paga as publicações para ficar em evidência. Igual quando vai abastecer o carro e diz que gastou 500 reais pra encher o tanque. Biscoiteira”.

“Ela mesma não se dá respeito. Então acontece isso. Quero ver isso acontecer com outra que se dá moral. Raro, viu”, publicou uma seguidora, em tom de deboche. “Ué, gente! O que ela esperava? Não acho correto! Pelo contrário, abomino esse tipo de coisa. Mas tudo condiz com a postura das pessoas! Garanto que se fosse uma Sandy não fariam isso. A palavra é: se dê o respeito!”, disse um terceiro.

Apesar das colocações machistas e moralizantes, muitos usuários saíram em defesa de Viih Tube e condenaram quem disparou contra ela. “Viih Tube me fazendo pegar briga em todas as páginas de fofoca hoje”, brincou uma mulher no Twitter.

Importunação sexual é crime

O ato de tocar as partes íntimas de alguém, sem o consentimento da pessoa, é tipificado como crime de importunação sexual. A infração se tornou lei em 2018, sendo caracterizada pela realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem sua anuência.

O caso mais comum é o assédio sofrido por mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô. Antes, isso era considerado apenas uma contravenção penal, com pena de multa. Agora, quem praticá-lo poderá pegar de um a 5 anos de prisão.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190

Casa de Referência Tina Martins
r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221

Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171

Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380

Aplicativo MG Mulher
Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.https://4915bbac74cc1dd6ab9ff6070e3ef37c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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