Wagner Moura volta a apontar censura do governo e diz que audiovisual brasileiro acabou

Wagner Moura
Ator pO ator Wagner Moura voltou a criticar a administração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desta vez em entrevista ao programa Roda Viva, nessa segunda-feira (1°). Ele afirmou, mais uma vez, que o filme “Marighella” foi alvo de censura e pontuou os problemas na gestão atual da Ancine (Reprodução/TV Cultura)

O ator Wagner Moura voltou a criticar a administração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), desta vez em entrevista ao programa Roda Viva, nessa segunda-feira (1°). Ele afirmou, mais uma vez, que o filme “Marighella” foi alvo de censura e pontuou os problemas na gestão atual da Ancine (Agência Nacional do Cinema).

Wagner Moura também disse que o audiovisual brasileiro acabou, e que os trabalhos restantes só existem graças aos serviços de streaming. Para ele, o governo atual não valoriza a cultura no Brasil e não dá oportunidades para os trabalhadores do setor.

No final de outubro, o ator já havia enfatizado que acreditava que o filme “Marighella” havia sido censurado. Poucos dias depois, a obra, que só estreia nos cinemas brasileiros apenas nesta quinta-feira (4), foi “boicotada” com avaliações ruins no IMDB – uma das principais “enciclopédias” digitais de cinema e cultura pop.

‘O audiovisual acabou’

Durante o Roda Viva, da TV Cultura, a jornalista Vera Magalhães perguntou ao ator como ele enxerga o momento do setor audiovisual hoje no país. O artista foi enfático ao responder: “acabou, Vera, acabou, ‘game over'”.

“O audiovisual brasileiro existe graças aos streaming, é só por isso que trabalhadores do audiovisual estão sobrevivendo. Essa gente [o governo atual] é tão idiota, eles são tão burros… Esperar que o governo Bolsonaro entenda o valor da cultura para o desenvolvimento do país, eu não espero que eles entendam isso”, completou.

Wagner Moura ainda afirmou que a indústria do audiovisual gera mais emprego e renda do que a indústria automobilística, que recebe mais incentivos fiscais. “Eles declararem guerra a um setor, porque não gostam da cultura, ou porque os artistas se posicionaram contra eles, é mais um absurdo”, disse.

Censura

Ainda durante a entrevista, o ator voltou a afirmar com convicção que o seu primeiro filme como diretor foi censurado pelo governo brasileiro. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada em 23 de outubro, Moura já havia dito isso e não poupou críticas a Jair Bolsonaro.

“A questão com a Ancine foi uma situação absolutamente clara de censura”, disse o artista ontem. A instituição chegou a arquivar duas vezes o projeto de lançamento do filme, e a produtora questionou as justificativas dadas publicamente.

Wagner Moura ainda foi questionado a respeito de uma afirmação de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, que chamou o guerrilheiro representado no filme de “psicopata comunista”.

“Eu não tenho nenhum respeito por nenhuma declaração de quem faça parte desse governo. Nem esse cara, nem aquele da secretaria de Cultura, eu não vou comentar”, se limitou a dizer.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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