A delegada Ingrid Estevam, chefe da chefe da Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), se emocionou nesta quarta-feira (12) durante coletiva de imprensa sobre o caso da adolescente que foi morta por um pastor em Ribeirão das Neves, na Grande BH. “Foi a primeira grande perda desde que entrei na área de desaparecidos”, afirmou.
Durante a coletiva, realizada no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), foram divulgadas informações sobre o andamento da investigação do feminicídio pela Polícia Civil. Ingrid se emocionou ao relatar que, ao descobrir que suspeito estava sozinho no carro, se deu conta que, infelizmente, não estava mais procurando uma desaparecida, mas sim um corpo.
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Delegada se emociona ao contar detalhes do caso da adolescente morta por pastor em Ribeirão das Neves pic.twitter.com/JRnrugtRvR
— BHAZ (@portal_bhaz) February 12, 2025
Entenda o caso
O pastor João das Graças Pachola foi preso na tarde dessa terça-feira (11), suspeito de ter matado Sthefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos. A vítima estava desaparecida desde a tarde de domingo (9), quando saiu para ir à casa de uma colega. O corpo da adolescente foi encontrado com sinais de violência, no bairro San Genaro, em Esmeraldas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo a apuração do BHAZ, testemunhas teriam visto uma movimentação estranha entre o suspeito e a vítima, e teriam acionado a polícia. “Os militarem encontraram o pastor e ele confessou o crime. O corpo foi encontrado com algumas marcas no corpo”, disse a fonte.
Em depoimento, o pastor teria informado que não abusou da vítima e a teria enforcado após a adolescente bater no rosto dele.
Recusa para registrar B.O
A corregedoria da Polícia Militar investiga a conduta de policiais que, supostamente, teriam se recusado a registrar o boletim de ocorrência no caso do desaparecimento da adolescente no último domingo (9). Os agentes teriam alegado que era necessário aguardar 24 horas de ausência para o registro do chamado — ao contrário do que indica o Programa de Desaparecidos do Disque Denúncia.
Ao BHAZ, Camila Teixeira, irmã da vítima, afirmou que o primeiro contato com os policiais militares se deu ainda na madrugada de segunda-feira (10), horas após o sumiço de Stefany. “Por volta das 3h, a gente ligou pra Polícia Militar. Eles demoraram mais de uma hora e tanto pra comparecer. Quando chegaram, estavam até com uma câmera, que eu não sei se funcionava. Desceram e falaram assim: ‘qual é a ocorrência?’. Nós explicamos a situação. E os PMs: ‘É, provavelmente ela deve estar em algum baile funk ou na casa de alguma amiguinha. Agora é esperar’, diz.
Procurada, a Polícia Militar confirmou que recebeu a solicitação da família na madrugada de segunda-feira (10), mas não mencionou o interesse em realizar o boletim de ocorrência naquele momento, ainda de madrugada. “Durante conversa da guarnição com a genitora da menor, ela alegou que faria contato com uma amiga de sua filha e, caso não a localizasse, realizaria novo chamado para a PMMG”, registrou a corporação em nota.
“A PMMG informa, ainda, que as guarnições do turno mantiveram-se atentas e na coleta de informações sobre o desaparecimento da adolescente, apoiando, inclusive, na data dessa terça-feira (11), a Polícia Judiciária em ação de prisão do envolvido na ocorrência”, complementou. “A corregedoria da corporação instaurou procedimento e acompanha o caso”.