Em novo protocolo, Governo de Minas diminui distanciamento entre alunos e amplia lotação de escolas

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Menor distanciamento entre os alunos é uma das principais mudanças do protocolo (FOTO ILUSTRATIVA: Amanda Dias/BHAZ)

O Governo de Minas alterou o protocolo de retomada às aulas presenciais no estado e divulgou novas diretrizes nesta sexta-feira (10). A principal alteração no documento, que foi aprovado durante reunião do Comitê Extraordinário Covid-19, diz respeito ao distanciamento entre os alunos. Agora, as escolas poderão adotar a distância de 0,9 metros entre os estudantes. Segundo a administração do estado, a decisão foi tomada com base em estudos que viabilizam esta nova medida, desde que combinada com outros cuidados.

Conforme o último relatório do estado, a taxa de incidência do coronavírus registrou queda de 37% na última semana e de 44% nos 14 dias anteriores. Já as internações caíram 35% em quatro semanas. Vinte e cinco pessoas aguardam por uma vaga de UTI Covid. Esse número chegou a 227 em junho. Os especialistas da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) tomaram por base esses números, bem como o avanço da vacinação, para adotar as mudanças, conforme explicou o governo do estado.

Novo protocolo

Apesar de o distanciamento exigido entre alunos ter diminuído para 0,9 metros, as escolas ainda deverão se atentar a algumas restrições. Nos refeitórios, por exemplo, essa regra não se aplica. Devido à não utilização de máscaras quando os alunos estão se alimentando, a distância recomendada nesses espaços continua sendo 1,5 metros.

O Comitê Extraordinário Covid-19 considerou também que a situação atual da epidemia permite ampliar a capacidade de lotação dos espaços escolares para 50%. Até o momento, a lotação máxima permitida era de 1/3 em salas de aulas, refeitórios e transportes escolares. O protocolo pode ser lido na íntegra aqui.

“A experiência até o momento tem demonstrado que o retorno escolar não gera impacto nos indicadores epidemiológicos do estado. Tanto a taxa de incidência da Covid-19, os índices de hospitalização e número de óbitos no estado estão constantes, mesmo após o retorno escolar ocorrido em julho de 2021”, avalia a coordenadora do CIEVS-MG (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), Eva Lídia Arcoverde.

Trabalhadores da educação

De acordo com Eva Lídia, as atualizações do protocolo são feitas em um momento de estabilização da pandemia, graças ao avanço da imunização no estado. Em setembro, a cobertura vacinal dos trabalhadores da educação aumentou substancialmente. A cobertura está em 96,84% de primeira dose e 28,02% em segunda dose ou dose única.

Além disso, com a Deliberação CIB SUS CIB-SUS/MG Nº 3.508, os adolescentes de 12 a 17 anos passam a ser elegíveis, já neste mês de setembro, para a vacinação com as vacinas de Pfizer/Comirnaty.

“As taxas de transmissão estão baixas em ambientes escolares, demonstrando que, quando realizamos a adesão de múltiplas estratégias de prevenção e a adesão das escolas as medidas de prevenção são possíveis um retorno seguro das atividades de educação”, completa a coordenadora.

Além da vacinação, outras medidas cumulativas, obrigatórias e adicionais de prevenção também devem ser adotadas para manter nas escolas um ambiente seguro. Algumas delas são: priorização da ventilação; lavagem das mãos e etiqueta respiratória; ficar em casa quando doente; realização do teste; identificação de vínculo epidemiológico, em combinação com quarentena isolamento, limpeza e desinfecção.

Investigação de casos

Em sua quarta versão, o protocolo define o papel, competência e responsabilidade de cada ator envolvido no monitoramento e investigação de suspeita e/ou confirmação de casos de Covid-19 nos ambientes escolares.

O documento traz um fluxograma com o papel dos gestores escolares; equipes municipais de Atenção Primária à Saúde (APS) e Vigilância em Saúde (VS); Secretarias Municipais de Saúde (SMS); Unidades Regionais de Saúde (URSs); Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG); CIEVS-MG.

“Por meio desta ação, é possível identificar a fonte de infecção e modo de transmissão; identificar grupos expostos a maior risco e fatores de risco; confirmar o diagnóstico; e determinar as principais características epidemiológicas. O seu propósito final é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos”, explica Eva Lídia. 

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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