Padrasto tortura e mata meninas de 4 e 10 anos em nome de ‘ritual’ em Contagem; mãe presenciou tudo

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Segundo a Polícia Civil, a mãe das crianças, de 31 anos, presenciou os crimes e o casal acabou preso (Amanda Dias/BHAZ)

ATENÇÃO! Esta reportagem contém relatos impactantes do crime, que podem ser perturbadores e/ou servir de gatilho. O BHAZ desencoraja a leitura para pessoas sensíveis.

Duas crianças, de 4 e 10 anos, foram assassinadas brutalmente em Contagem e Divinópolis pelo próprio padrasto, de 25, como parte de uma prática “ritualística”. Segundo a Polícia Civil, a mãe das crianças, de 31 anos, presenciou os crimes e o casal acabou preso.

As investigações apontam que a menina de 10 anos, dias antes de ser assassinada, ainda teria sido abusada sexualmente pelo homem. Após a morte da criança, no bairro Perobas, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o casal escondeu o corpo da vítima enrolado em uma capa de colchão debaixo da cama.

O cadáver foi encontrado nessa terça-feira (24), data em que a equipe da Delegacia Especializada de Investigações de Homicídios deu início às investigações. A análise das lesões provocadas no corpo da vítima sugerem prática ritualística, que foi confirmada pelos suspeitos.

Segundo a polícia, o assassinato teria sido cometido no final de semana anterior à localização do corpo. O padrasto, que alegou estar sob influência de “entidades”, agrediu a menina com chineladas, socos, facadas e golpes com um pedaço de madeira, além de queimar o corpo da criança com cigarro. Toda a tortura foi presenciada por pela mãe.

Mais um assassinato

O padrasto foi preso em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver, no bairro Taquaril, e, em seguida, a mãe foi localizada na Santa Casa de Belo Horizonte, onde também recebeu voz de prisão.

Aos oficiais, o casal confessou a autoria do homicídio e disseram, inclusive, que a criança não teria sido a primeira vítima. A mãe relatou que em fevereiro deste ano sofreu um aborto de um filho do homem que, supostamente orientado por “entidades sobrenaturais” da religião dele, atribuiu a culpa à filha mais nova da investigada, uma menina de 4 anos.

Para que a mulher conseguisse engravidar novamente, ambos planejaram um “sacrifício ritualístico” da menina, que foi executada em uma casa em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O corpo, em seguida, foi escondido no bairro Taquaril, em Contagem. As agressões foram presenciadas pela irmã de 10 anos. Depois do assassinato da caçula, o casal foi passar férias no litoral da Bahia com a filha mais velha.

Crime bárbaro

Segundo o delegado Anderson Resende, que se mostrou bastante consternado com a barbaridade do crime, o homicídio da criança mais velha aconteceu após uma longa sessão de tortura. “Foi um trabalho extremamente sofrido, nesse meus 12 anos como delegado eu nunca vi algo nem semelhante”, começa.

“Após as agressões, o casal ainda jantou no interior da residência com a criança viva e agonizando, deitada num colchão no chão sendo que na madrugada seguinte a criança veio a óbito, sendo enrolada numa capa de colchão e colocada debaixo da cama do casal”, detalhou o delegado.

Anderson explica, ainda, que o homem pretendia fugir para a Bahia e a mulher se esconderia no bairro Taquaril. O casal planejava também colocar a culpa dos crimes no pai das vítimas. “O casal deixou o local do crime às pressas levando apenas a roupa do corpo por temerem sofrer algum tipo de represália por parte dos traficantes locais”, completou.

Com Polícia Civil

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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