Padre xinga casal de repórteres da Globo durante missa: ‘Dois viados’

padre mato grosso
Padre ainda pede para que os fiéis não sigam o exemplo do casal (Reprodução/@PastoralFamiliarParóquiaNSATapurahMT/Facebook)

Um padre da Paróquia de Tapurah, no estado do Mato Grosso, disparou ataques homofóbicos aos repórteres Pedro Figueiredo e Erick Rianelli, no último domingo (13). O sacerdote xingou os jornalistas no altar, durante a missa, após Figueiredo desejar feliz Dia dos Namorados ao marido, Rianelli, no último dia 12 de junho, enquanto encerrava a edição do RJTV, jornal fluminense da TV Globo. É sempre bom reforçar que homofobia e transfobia são crimes previstos por lei.

Durante a celebração, transmitida na rede social da Pastoral da Família, o padre Paulo Antônio Müller chamou o profissional de “viadinho”, além de criticar a união homoafetiva, que estaria em “desacordo com a bíblia”. O caso ganhou repercussão após o ativista Antonio Isuperio publicar o trecho da missa em sua conta do Instagram.

“A gente faz um namoro não como a Globo apresentou essa semana, dois viados. Me desculpa, dois viados. Um repórter com um viadinho, chamado Pedrinho. Aliás, Felipe. ‘Prepara meu almoço que eu tô chegando, tô com saudade’. Ridículo. Por favor, que esta não seja a sua cabecinha também, tá? Nem do seu filho, nem da sua filha”, disse o padre aos fiéis.

O clérigo ainda despreza o amor entre o casal homoafetivo e afirma que o sentimento existe apenas entre homem e mulher. “Pega a Bíblia e olha o Livro Gênesis: Deus criou o homem e a mulher. Isso que é casamento. Que chame a união de dois viados e de duas lésbicas de qualquer coisa, mas não de casamento, por favor. Isso é falta de respeito para com Deus (sic). Isso é sacrilégio, é blasfêmia. Casamento é coisa bonita e digna. O sentimento do amor é entre homem e mulher, marido e mulher”, disparou o pároco.

O BHAZ tentou contato com a Paróquia de Tapurah em diversas oportunidades, mas não fomos atendidos. Caso a igreja queira se manifestar sobre o caso, a matéria será atualizada.

Reações

O episódio recebeu várias reações negativas. “Padre fazendo discurso de ódio, até quando a igreja vai aceitar isso”, perguntou um internauta. “Deus não pode ser representado pelo ódio! Esse padre é motivo de vergonha para a paróquia!”, disse outro.

“Jamais o preconceito pode ser opinião. Seja qual for o posicionamento da sua fé, você não deve nunca professar seu preconceito. Homofobia é crime e você vai ser penalizado por isso. Um sacerdote se dando a esse papel é muito decepcionante”, apontou mais um.

Não é a primeira vez

Desde que assumiram o relacionamento, o casal de repórteres é vítima de homofobia nas redes sociais. No fim de 2019, o casal sofreu homofobia em um hotel da Praia do Forte, em Salvador, na Bahia. O caso aconteceu no dia 8 de dezembro daquele ano e os dois se posicionaram nas redes.

Os dois são casados desde maio de 2018. “A homofobia de cada no dia aconteceu também no Hotel Iberostar Praia do Forte. Reservamos um quarto de casal e nos deram um com duas camas de solteiro. Só aceitaram trocar nosso quarto depois que ameaçamos chamar a polícia”, disse Pedro Figueiredo pelo Twitter.

Erick replicou uma mensagem semelhante a de Pedro pelo Instagram. “O Ibero Star Praia do Forte tem uma localização incrível. Homofobia é outro atributo do resort. Reservamos um quarto de casal e nos deram um com duas camas de solteiro”.

Sobre o caso de homofobia por parte do padre, nesse domingo, o casal ainda não se manifestou sobre o assunto nas redes sociais.

É crime!

Vale reforçar que homofobia e transfobia são crimes previstos por lei. Eles entram na lei do racismo, já existente há 30 anos e, com isso, as punições são semelhantes. O STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizou a homofobia em junho de 2019.

Veja o que é considerado crime:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Edição: Vitor Fernandes

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!