Para todas as formas: Mineiras lançam álbum inspirado em histórias de amor

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Álbum reúne samba e ritmos de matriz africana (Cajá/Divulgação)

O amor em várias formas, para diversas pessoas e em seus diferentes significados. Esses foram alguns dos temas abordados pelas mineiras do Grupo Teresa durante a criação do novo álbum A Cada Esquina uma Breve História Sobre Formas de Amar, lançado na última sexta-feira (11) nas principais plataformas de música.

Em 14 canções autorais, o grupo, que já foi destaque na abertura do show do rapper Criolo, compartilha uma mistura de sentimentos que passeiam pela fé, pelo apego, ao amor de mãe e ao amor próprio.

O álbum, que une os ritmos do samba, pagode e ijexá (de origem angolana) traduz o amor em suas diversas possibilidades: hétero e homoafetivo, monogâmico, não monogâmico, amor que termina pra dar lugar a um novo, o sentimento que fica, o amor próprio.

As músicas são, em sua maioria, parcerias entre Fernanda Régila (multi instrumentista e fundadora da banda) e Natália Pessoa (cantora, violonista e cavaquinista), mas há composições de Paloma Alves (percussionista e fotógrafa) e até da produtora da banda, Zaíra (jornalista e cineasta), que também contribui com a direção de arte dos projetos do Grupo Teresa.

Um respiro para a cultura

Ao BHAZ, Fernanda Régila conta que as quatro integrantes passaram por um processo de “mistura de sentimentos” desde a criação até a execução final. “Se a gente pegar do início, num cenário mais amplo, tem todo o estado que a gente se encontra em que a cultura está estagnada, a passos lentos”, explica.

“Então, o que a gente sente é alivio, felicidade extrema, muita alegria e amor. Nós fazemos música como profissão mas também aceitamos a música como um amor. Eu acredito que e isso que a gente quer passar, a gente aceita a ideia de que somos felizes em conseguir fazer isso nesse CD, passar alegria e amor”.

Fernanda também relembra uma das canções do álbum que as compositoras dedicaram exclusivamente às mães. “Tem um [tipo de] amor, em uma música que eu fiz pra minha mãe, eu acredito que represente todas as mães. Eu vejo que é o amor mais puro que a gente pode ter no sentido de dedicação”, relembra.

Samba das minas de Minas

Nesse novo trabalho, as artistas usam uma transição perfeita do interlúdio para a segunda canção do álbum, técnica também vista no álbum de outros grandes nomes da música, como MC Tha. O trabalho do Grupo Teresa também traz a tradição de resistência feminina presente nas manifestações de matriz africana.

“Não tem como não falar de representatividade na diversidade das letras e na diversidade dos ritmos. Por exemplo, a gente cresceu no auge do pagode, nos anos 1990, e também temos referência do grupo Sampa Crew em uma das músicas, uma mistura de rap com samba”, afirma Fernanda.

O nome Teresa, escrito com S, faz referência à corda formada por pedaços de tecido, geralmente usada na fuga de pessoas aprisionadas, remetendo à força que resulta da união de partes que, individualmente, não têm a mesma potência. “É uma analogia para a ideia de que, juntas, somos mais fortes e livres”, explica a banda.

A banda completou 10 anos em agosto do ano passado. Em sua trajetória, Teresa passou por palcos de festivais e casas de shows em Minas Gerais, como a abertura do show do rapper Criolo, em 2018, a conquista do segundo lugar no Todos os Sons – Festival da Canção de Itabirito, além da participação no 49º Festival Nacional da Canção.

Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative

Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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