As negociações entre a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) e o fundo responsável pela vacina russa Sputnik V não progrediram, e a administração municipal não vai mais comprar as 4 milhões de doses do imunizante que haviam sido anunciadas em março deste ano, enquanto as condições propostas pelo fundo não mudarem.
De acordo com a prefeitura, o fundo informou que só poderia disponibilizar qualquer quantidade da vacina a partir de setembro. “O fundo ainda exigia pagamento antecipado de 50% do valor sem garantias de entrega, ficando sob responsabilidade da PBH todo o custo do transporte da Rússia para o Brasil”, justificou a administração, por meio de nota (leia na íntegra abaixo).
“Por esse motivo as negociações não progrediram. A prefeitura segue em busca de alguma proposta com entrega mais rápida e garantias de entrega”, completou a PBH.
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No dia 12 de março, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou que Belo Horizonte compraria 4 milhões de doses da vacina Sputnik V. Segundo ele, a negociação pelas juntamente ao senador Antônio Anastasia (PSD) e o investimento nas vacinas da Rússia ficaria em torno de R$ 200 milhões.
“Belo Horizonte vai comprar 4 milhões de doses da vacina Sputnik. Conversei com Anastasia [Antonio, senador], já tivemos a conversa com a Rússia, e vamos disponibilizar essas vacinas assim que a lei permitir. E vamos garantir o pagamento adiantado para que não haja problema burocrático. Estamos providenciado essas 4 milhões de doses, cerca de R$ 200 milhões investidos”, afirmou Kalil à época.
Aprovada com restrições
Já na última sexta-feira (4), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, de forma condicional e com restrições, novos pedidos de aval à importação de doses da vacina russa, assim como da Covaxin, da Índia. A medida –que abre espaço para a utilização dessas vacinas – ficará sujeita, porém, ao cumprimento de condições específicas (leia mais aqui).
Entre elas, está realização de estudos extras de efetividade, entrega de novos dados pelos fornecedores, aprovação de lotes pelo INCQS (instituto que atua no controle de qualidade de produtos de saúde) antes da distribuição e restrição de uso a alguns públicos e a determinados centros de saúde. A Anvisa diz ainda que o uso de ambas as vacinas pode ser suspenso em caso de novas avaliações da agência ou da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Nota da PBH
“A Prefeitura de Belo Horizonte tentou comprar a Sputnik V, mas o Fundo responsável por negociar a vacina informou que só poderiam disponibilizar qualquer quantidade a partir de setembro. O Fundo ainda exigia pagamento antecipado de 50% do valor sem garantias de entrega, ficando sob responsabilidade da PBH todo o custo do transporte da Rússia para o Brasil. Por esse motivo as negociações não progrediram. A Prefeitura segue em busca de alguma proposta com entrega mais rápida e garantias de entrega”